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Botafogo “bate o pé” e recusa R$ 98 milhões por Artur; o novo preço do jogador

A era do Botafogo como “clube vendedor” parece ter ficado para trás. Em uma demonstração de força no mercado, a diretoria alvinegra recusou uma proposta de € 15 milhões (cerca de R$ 98 milhões na cotação da época) do Spartak Moscou, da Rússia, pelo atacante Artur. A oferta, feita em julho de 2025, foi revelada pelo ge e mostra a nova política da SAF de John Textor: prioridade esportiva e valorização máxima de seus principais ativos.

Por que o Botafogo Disse “Não”?

A recusa milionária, que em outros tempos seria impensável, se baseia em dois pilares estratégicos:

  1. O Fator Esportivo (O Pilar de Ancelotti): A proposta chegou no meio da temporada, logo após o clube já ter negociado outras peças do elenco. Vender Artur naquele momento significaria “desmontar” o time de Davide Ancelotti em plena reta final de Brasileirão e mata-mata. O atacante, contratado no início do ano, tornou-se peça-chave no esquema, responsável pela amplitude no corredor direito, pelo 1 contra 1 e pelo último passe. A perda técnica foi considerada inaceitável.
  2. O Poder de Barganha (Contrato Longo): O Botafogo não tem nenhuma pressão para vender. Artur tem um contrato longuíssimo, válido até dezembro de 2029. Isso dá à diretoria o controle total da situação, permitindo que o clube só abra negociação por valores que considere “irrecusáveis”, muito acima do valor de mercado padrão.

O Novo “Preço de Etiqueta” para 2026

A recusa de € 15 milhões estabelece, automaticamente, um novo “preço mínimo” para o jogador. O valor de mercado de Artur no Transfermarkt é de € 8 milhões, mas a oferta russa prova que o valor de negociação é quase o dobro.

(Foto: Vítor Silva/Botafogo)

Para a janela de janeiro de 2026, o recado para o Spartak e outros interessados (como clubes de Portugal, Espanha e México) é claro: a conversa só começa acima dos € 15 milhões que já foram rejeitados. Além do valor fixo, o Botafogo certamente exigirá bônus por performance e um percentual de revenda (“sell-on”) para lucrar ainda mais no futuro.

O Custo de Manter Artur

Manter Artur no elenco também tem seu preço. Com um salário estimado na faixa de R$ 1,3 milhão por mês, ele é um dos jogadores mais caros da folha alvinegra. No entanto, a diretoria da Eagle Football entende que o retorno esportivo – brigar pelo G4 e por títulos – justifica o investimento, pois valoriza todos os outros ativos do clube.

Análise: A Mudança de Mentalidade da SAF do Botafogo

A “não venda” de Artur é um marco na gestão de John Textor. Ela sinaliza ao mercado que o Botafogo deixou de ser um balcão de negócios para se tornar um protagonista. O clube agora opera com lógica europeia: blinda seus principais jogadores com contratos longos e só negocia quando a proposta paga não apenas pelo jogador, mas também pelo “custo de oportunidade” de perdê-lo.

O Spartak Moscou pode até voltar à carga em janeiro, mas agora sabe que terá que apresentar uma proposta “premium”, com bônus e cláusulas inteligentes, para tirar o camisa 7 do Nilton Santos. Se a oferta vier no mesmo patamar de julho, a tendência é ouvir um novo “não”.

Esportes Redação
Esportes Redação
Jornalista esportivos que trabalham há mais de 15 anos na cobertura diária dos principais clubes brasileiros, com foco em Atlético, Cruzeiro, Flamengo, Palmeiras, Corinthians e Botafogo.