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Botafogo dá ultimato para Ancelotti e define meta para salvar permanência

A lua de mel de Davide Ancelotti no Botafogo durou pouco. Apenas três meses após sua chegada com status de aposta internacional, o técnico italiano já convive com uma pressão interna intensa. O recado dos bastidores, segundo apurações da imprensa, é claro: a classificação para a Libertadores 2026 deixou de ser um objetivo e virou um “ultimatum” para sua permanência no cargo.

A análise do cenário revela um clube com pouca paciência e uma diretoria que, apesar do discurso de projeto, parece refém dos resultados de curto prazo.

A Análise da Pressão: Por Que Tão Cedo?

A cobrança sobre Ancelotti, mesmo com o time atualmente na zona de classificação (6º lugar), se explica por uma combinação de fatores:

  1. O Fantasma do Antecessor: O desempenho recente da equipe, com oscilações, inevitavelmente gera comparações com o trabalho anterior, alimentando a narrativa de que o time “poderia estar melhor”.
  2. A Cultura do Clube: O Botafogo tem um histórico recente de trocas de comando rápidas. A “régua curta” para avaliar treinadores parece ter se mantido, mesmo com a chegada de um nome de grife internacional.
  3. A Meta Inegociável: A classificação para a Libertadores é vista pela diretoria não como um bônus, mas como a obrigação mínima para um elenco caro e um projeto ambicioso. Falhar nisso seria considerado um fracasso retumbante.

A Matemática da Sobrevivência no Botafogo

Para garantir a vaga sem depender de combinações (como títulos de outras copas abrindo G-7/G-8), o Botafogo precisa atingir a “zona de segurança” histórica do G-6, que gira em torno de 58 a 60 pontos.

(Foto: Vítor Silva/Botafogo)
  • Cenário Atual: O time tem 46 pontos em 29 jogos.
  • Meta: Precisa somar entre 12 e 14 pontos nas 9 rodadas finais (aproximadamente 4 vitórias, ou 3 vitórias e 3 empates). É uma meta factível, mas que não permite muitos tropeços.

Os Cenários para Ancelotti

O futuro do técnico italiano no clube parece atrelado diretamente a essa meta:

  • Cumpre (G-6/G-7): Permanece para 2026, com o projeto validado.
  • Fica na Borda (G-8/G-9): A tendência é ficar, mas com uma avaliação criteriosa do trabalho no fim do ano.
  • Fora da Libertadores: A pressão interna torna a troca de comando o cenário mais provável, apesar do contrato até o fim de 2026.

O que eu acho?

O Botafogo colocou seu técnico estrela contra a parede. O discurso de “projeto” deu lugar à frieza da tabela. Davide Ancelotti tem nove jogos para provar que a aposta da diretoria valeu a pena, entregando o resultado mínimo exigido.

O desafio não é apenas tático, mas também de gestão de pressão. Se conseguir levar o time à Libertadores, ganha fôlego e moral para 2026. Se falhar, a tendência é que a “régua curta” do clube prevaleça mais uma vez, independentemente do sobrenome ou do passaporte do treinador.

Marcos Amaral
Marcos Amaral
Jornalista formado pela Estácio de Sá, cobre futebol por paixão e profissão. Jogador amador, é especialista na cobertura do Flamengo, Palmeiras, Cruzeiro, Atlético, Grêmio e Corinthians. Há mais de anos acompanha de perto o futebol nacional.