A novela societária que assombrava os bastidores do Botafogo chegou a um capítulo decisivo — e de alívio para a torcida. Em uma carta enviada à Justiça do Rio, o dono da SAF, John Textor, recuou oficialmente do polêmico plano de transferir as ações e atrelar as receitas do clube a uma empresa sediada nas Ilhas Cayman.
A manobra encerra, ao menos por enquanto, a “guerra” interna com seus sócios na holding Eagle Football.
O recado do próprio Textor, repercutido na imprensa, resume o clima: “As coisas estão voltando ao normal”.
Jhon Textor envolverá Botafogo em paraíso fiscal?
- O Botafogo vai ser transferido para as Ilhas Cayman? Não. O dono da SAF, John Textor, enviou um documento à Justiça desistindo do plano. Ele se comprometeu por escrito a não transferir as ações do clube para a empresa sediada no paraíso fiscal e a não usar as receitas como garantia de um empréstimo de €100 milhões.
O Plano Polêmico: A “Manobra de Cayman”
A crise explodiu em 17 de julho, quando uma Assembleia Geral de Credores aprovou uma complexa engenharia financeira. O plano previa transferir um crédito de €150 milhões para uma nova empresa de Textor em Cayman e, ao mesmo tempo, tomar um empréstimo de €100 milhões, dando como garantia as principais receitas do Botafogo, como os direitos de TV.
Os sócios de Textor na Eagle Football foram à Justiça para anular a decisão, alegando que a manobra era prejudicial à holding e ao clube.
O Recuo por Escrito: A Carta que Muda o Jogo
A carta de Textor à Justiça, protocolada na terça-feira (9), é um recuo estratégico. Nela, o empresário se compromete a invalidar os atos daquela assembleia. Com isso, ele pede à Justiça que encerre o processo movido por seus sócios, alegando “perda de objeto”, já que o motivo da briga deixou de existir.
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O que Isso Significa na Prática?
A decisão de Textor tem três impactos imediatos e muito positivos para o Botafogo:
- Na Governança: Desarma a mudança mais polêmica e arriscada, mantendo a estrutura da SAF no Brasil e diminuindo a temperatura da briga com os sócios.
- No Financeiro: As receitas do clube, como as cotas de televisão, não serão mais usadas como garantia de empréstimos, o que dá mais fôlego e previsibilidade ao fluxo de caixa.
- No Esportivo: Reduz drasticamente o “ruído” de bastidores às vésperas de um jogo decisivo, como o clássico de hoje contra o Vasco, permitindo que o foco de Davide Ancelotti e dos jogadores seja 100% no campo.
Análise Final: A Vitória da Prudência
O recuo de John Textor é uma vitória da prudência e um sinal de amadurecimento na gestão. Ele testou os limites de seu poder, encontrou forte resistência de seus parceiros e optou por recuar para preservar a estabilidade de seu ativo mais valioso e visível: o Botafogo. A “guerra” na holding pode continuar em outras frentes, mas, para o que interessa ao torcedor, a paz foi selada. A SAF do Botafogo, por enquanto, fica no Rio de Janeiro.


