Enquanto parte da torcida pedia a cabeça de Davide Ancelotti após a eliminação precoce na Libertadores, o dono da SAF do Botafogo, John Textor, foi na contramão e “blindou” o treinador. Em uma forte demonstração de confiança, o empresário usou as redes sociais para bancar a permanência do técnico e pedir união, em um gesto que esfria a crise e estabelece o rumo do clube para a sequência da temporada.
A queda para a LDU por 2 a 0 em Quito, na última quinta-feira (21), incendiou as redes alvinegras com críticas à atuação do time, mas a resposta da diretoria foi pela estabilidade, e não pela ruptura.
A Palavra do Dono: “Acredito Neste Treinador”
Logo após a eliminação, Textor publicou uma mensagem direta, reconhecendo a dor do resultado, mas cravando sua confiança no projeto.
“Acredito neste treinador e nesses atletas… Juntos venceremos de novo”, escreveu o norte-americano.
A nota foi lida internamente como um sinal verde para Ancelotti seguir o trabalho e baixar a temperatura do debate público.
Por que Textor Bancou Ancelotti?
A decisão de manter o técnico, quebrando o ciclo tradicional de demissões pós-derrota no futebol brasileiro, se baseia em três pilares:
- Convicção no Projeto: A SAF contratou Ancelotti com a visão de um processo de longo prazo para implementar seu método, e uma eliminação não muda esse plano.
- Vestiário a Favor: Relatos de bastidores indicam que o elenco tem um bom ambiente com o treinador e “compra” suas ideias de treino.
- Custo da Ruptura: Trocar o comando em meio a uma maratona de jogos em setembro custaria tempo de treino e geraria ainda mais instabilidade.
Análise: A Aposta na Estabilidade
O recado de John Textor combina gestão de crise com uma afirmação da filosofia da SAF. Ao dizer “não” à pressão por uma troca imediata, o Botafogo aposta na estabilidade como o caminho para a recuperação. É uma decisão que valoriza o processo em detrimento do resultado pontual. O risco, claro, existe: a paciência da torcida tem limite, e a comissão técnica agora sabe que precisa entregar respostas rápidas no Brasileirão e na Copa do Brasil. Mas o recado está dado: por ora, a caneta de Textor assina pela continuidade.