Cruzeiro e Flamengo voltaram a estreitar laços nos bastidores do mercado da bola, desta vez por um nome capaz de mudar o patamar de qualquer ataque no Brasil: Everton Cebolinha. O ponta rubro-negro entrou no radar da Raposa a pedido expresso do técnico Tite, com a SAF liderada por Pedrinho BH disposta a buscar “nomes pesados” para a temporada de 2026.
Do lado carioca, o cenário mudou. Se antes Cebolinha era inegociável, hoje o Flamengo vê com bons olhos uma transferência. O jogador perdeu espaço em momentos cruciais de 2025, tem um custo mensal elevadíssimo e o clube busca uma reformulação financeira e técnica. No entanto, para tirar o camisa 11 da Gávea, o Cruzeiro terá que lidar com uma régua financeira complexa que envolve três fatores: preço de venda, salário astronômico e uma cláusula “bomba-relógio” ligada ao Benfica.
Quanto Custa Cebolinha? As Três Réguas do Flamengo
Para fechar o negócio, o Cruzeiro precisa entender a precificação que está na mesa. O valor não é fixo e varia conforme a fonte, mas orbita faixas claras:
- O Piso de Mercado: O portal Transfermarkt avalia Cebolinha em € 7 milhões (cerca de R$ 43 milhões) com contrato até meados de 2026.
- A Pedida do Flamengo: Segundo o Blog do Nicola (R7), a diretoria rubro-negra aceitaria assumir o prejuízo em relação à compra original, mas busca alguém que pague pelo menos € 10 milhões (aprox. R$ 62 milhões). Outras fontes, como o Bolavip, citam até R$ 70 milhões como alvo ideal.
- A Pressão do Benfica: Este é o detalhe que pode forçar o Flamengo a vender. O contrato de compra prevê que o Rubro-Negro pague mais € 1,5 milhão (R$ 9,4 milhões) ao Benfica caso o jogador permaneça e atinja certas metas. Vender agora significa economizar esse valor.
O “Freio” Número 1 no Cruzeiro: Salário de R$ 1,5 Milhão
Se a taxa de transferência é negociável, o salário é o verdadeiro gargalo. Cebolinha possui um dos maiores vencimentos do futebol brasileiro. Embora não haja confirmação oficial, estimativas de mercado (como as citadas pelo jornalista Jorge Nicola e SBT Sports) apontam que o pacote mensal do atleta gira entre R$ 1,2 milhão e R$ 1,5 milhão.
Para o Cruzeiro, isso significa que a operação não envolve apenas pagar ao Flamengo, mas assumir um compromisso mensal que impacta diretamente o teto de gastos da SAF. O acordo só avança se houver uma engenharia financeira que dilua esses valores ou se o atleta aceitar readequar seus ganhos para voltar a trabalhar com Tite.
Por que o Negócio Faz Sentido?

Apesar dos custos, as peças se encaixam esportivamente.
- Cruzeiro: Tite conhece o potencial de Cebolinha (foi um dos destaques de sua Seleção na Copa América de 2019) e quer pontas agudos para 2026.
- Flamengo: Precisa aliviar a folha salarial e sabe que o jogador, buscando mais minutos e protagonismo, não é mais visto como “indispensável”.
Análise Moon BH: Quem Piscar Primeiro Perde
Se a conversa esquentar, a disputa vai se resumir a uma pergunta básica: o Flamengo prefere recuperar o máximo possível do investimento ou reduzir o risco e o custo imediato (cláusula Benfica + folha salarial)?
Para o Cruzeiro, o desafio é fechar uma operação que não vire uma “armadilha de folha”. Pagar salário acima de R$ 1 milhão só faz sentido se o preço de compra vier em um patamar compatível com o valor de mercado atual (€ 7 milhões), e não pelo preço que o Flamengo pagou no passado. O trunfo da Raposa é saber que o Flamengo precisa vender para não pagar mais ao Benfica. Se Pedrinho BH tiver paciência, pode levar um titular de Tite por um preço que não comprometa o orçamento de 2026.