O Cruzeiro abriu oficialmente a negociação para repatriar Gerson, o “Coringa”, atualmente no Zenit. O movimento, que parecia improvável devido aos valores envolvidos, ganhou força decisiva nas últimas horas por um motivo emocional e esportivo: o meio-campista vê com bons olhos o retorno ao Brasil para trabalhar novamente com Tite.
No entanto, o otimismo celeste esbarra na frieza russa. O Zenit faz jogo duro, pede uma compensação financeira altíssima e ainda tenta incluir uma promessa da Toca da Raposa na operação.
O desejo de Gerson em reencontrar o treinador — com quem viveu grande fase no Flamengo (2023-2024) e na Seleção Brasileira — é o principal trunfo da diretoria mineira. Tite, anunciado com contrato até o fim de 2026, é o fiador da possível chegada. Porém, para transformar o “sim” do jogador em contrato assinado, o Cruzeiro terá que desatar um nó financeiro complexo.
A Conta do Zenit: R$ 116 Milhões + Jogador
A lógica do Zenit é puramente contábil: o clube russo pagou cerca de € 25 milhões para tirar Gerson do Flamengo em julho. Para liberá-lo agora, exige recuperar o investimento integralmente.
- Dinheiro: Entre € 15 milhões e € 18 milhões (cerca de R$ 97 milhões a R$ 116 milhões).
- Troca: A inclusão definitiva do zagueiro Jonathan Jesus no negócio.

O Cruzeiro, por sua vez, tenta baixar a pedida. A Raposa estaria disposta a oferecer até € 12 milhões em dinheiro. A grande trava reside na avaliação de Jonathan Jesus: o clube mineiro avalia seu zagueiro em cerca de € 15 milhões, o que tornaria a operação “desproporcional” se ele entrasse apenas como moeda de troca somada a um valor alto em dinheiro. Só que o Atlético está travando as negociações do time de Pedrinho BH, e pode dar um chapéu.
O Salário “Padrão Europa” Trava o Cruzeiro
Além da taxa de transferência, o pacote Gerson envolve um custo mensal de elite. Ao se transferir para a Rússia, o meia garantiu um contrato com vencimentos na casa dos € 6 milhões anuais livres de impostos (aproximadamente R$ 3,1 milhões por mês).
Para convencer o atleta, o Cruzeiro precisa apresentar um projeto financeiro robusto, com salários, luvas e bônus que se aproximem dessa realidade. A boa notícia para o torcedor é que a SAF de Pedrinho BH já demonstrou ter essa musculatura. O clube opera com margem para contratos desse porte — como visto nas tratativas envolvendo Gabigol, onde os valores discutidos superavam a casa dos R$ 3 milhões mensais.