A permanência de Gabigol no Cruzeiro para 2026, que parecia ser a pedra fundamental do projeto da SAF, virou a maior incógnita da temporada. Em declarações recentes, o próprio dono do clube, Pedro Lourenço (Pedrinho BH), mudou o tom. Se antes o discurso era de parceria longa, agora a linha é de que o futuro “depende dele” (Gabigol), com a decisão final sendo adiada para uma conversa ao término do Brasileirão.
Nos bastidores, o que se entende é que o alto custo do jogador e o forte assédio do exterior colocaram a Raposa em uma posição de espera.
A “Bomba-Relógio” Financeira: O Custo de Gabigol
O “Pacote Gabigol” é, de longe, o maior investimento do Cruzeiro. Embora o atacante tenha chegado sem taxa de transferência (após o fim de seu contrato com o Flamengo), seu custo de manutenção é astronômico para os padrões brasileiros:
- Salário + Luvas: Estimativas da imprensa (como ESPN e Terra) colocam o pacote total do jogador (salário, imagem e luvas diluídas) na faixa de R$ 2,4 milhões a R$ 3 milhões por mês. Isso dá cerca de R$ 36 milhões ao ano, um investimento considerável.
- Contrato Longo: O vínculo assinado no início do ano vai até dezembro de 2028.
Manter um jogador desse custo, que tem alternado bons momentos (13 gols em 38 jogos) com períodos no banco de reservas sob o comando de Leonardo Jardim, se tornou um debate interno na SAF.
O Assédio Externo: Arábia Saudita e MLS na Linha
Se o custo é um problema para o Cruzeiro, é uma oportunidade para mercados estrangeiros. Desde a janela do meio do ano, clubes da Arábia Saudita, Catar e Estados Unidos (MLS) realizaram sondagens pelo atacante. Na época, o Cruzeiro sinalizou que só negociaria por uma proposta vantajosa.
Agora, com o jogador “deixando o futuro em aberto”, esses mercados devem voltar à carga com força em janeiro, oferecendo pacotes salariais que o futebol brasileiro não pode cobrir.
Quais Brasileiros Poderiam Pagar?

Uma eventual saída dentro do Brasil é considerada muito improvável. O Cruzeiro não facilitaria a transferência para um rival direto e, mais importante, pouquíssimos clubes no país teriam fôlego financeiro para arcar com um salário mensal de R$ 2,5 a R$ 3 milhões. Apenas Flamengo e Palmeiras teriam essa capacidade de investimento hoje, e não há qualquer sinal de interesse de ambos.
Análise: A Decisão Final Será do Jogador (e do Caixa)
O cenário para 2026 está desenhado. O Cruzeiro está protegido por um contrato longo e tem o poder de barganha para exigir uma compensação financeira (taxa de transferência) de qualquer interessado, mesmo tendo trazido o jogador “de graça”. O valor de mercado de Gabigol, hoje, é de € 5 milhões (R$ 31 milhões), mas a SAF certamente pedirá um “prêmio” acima disso.
A bola está com Gabigol. Se ele decidir que quer ficar e liderar o projeto da Libertadores 2026, Pedrinho BH provavelmente fará o esforço para mantê-lo. No entanto, se o camisa 9 optar por aceitar uma nova proposta milionária do exterior – que aliviaria instantaneamente a folha salarial da Raposa –, a diretoria não deve se opor.
A “novela Gabigol” terá seu capítulo final em dezembro, e a decisão irá ditar todo o planejamento de mercado do Cruzeiro para a próxima temporada.