O Corinthians decidiu jogar xadrez com a FIFA. Mesmo condenado a pagar € 1 milhão (cerca de R$ 6,2 milhões) ao Shakhtar Donetsk por atrasos em empréstimos anteriores, a diretoria alvinegra formalizou uma nova proposta aos ucranianos para manter o volante Maycon até o fim de 2026.
A iniciativa, revelada pelo ge, atende a um pedido direto do técnico Dorival Júnior, que considera o jogador fundamental. No entanto, a manobra é arriscada: o clube negocia com o mesmo credor que o processa na Corte Arbitral do Esporte (CAS) e corre o risco de sofrer um novo transfer ban se a dívida não for quitada.
O Cenário da Dívida no Corinthians: Risco de Bloqueio
A condenação da FIFA é clara: o Corinthians deve parcelas de empréstimos de 2023 e 2024, com juros. O caso está no CAS, o que suspende o pagamento imediato, mas não elimina o risco. Se perder o recurso, o clube terá que pagar os R$ 6,2 milhões à vista ou ficará impedido de registrar novos jogadores.
A aposta da diretoria é usar a Cláusula de Guerra da FIFA (que permite suspensão de contratos com clubes ucranianos) como alavanca para forçar um novo acordo mais vantajoso, parcelando a dívida antiga junto com o novo empréstimo.
A Nova Proposta: O Que o Timão Oferece?

Embora os valores da nova oferta não tenham sido revelados, a lógica aponta para um pacote complexo:
- Renegociação da Dívida: Incluir o pagamento dos R$ 6,2 milhões atrasados no fluxo do novo contrato.
- Novo Empréstimo: Pagar uma taxa pelo empréstimo de 2026 (no passado, foi de € 500 mil).
- Salários: Manter os vencimentos de Maycon, que estão entre os mais altos do elenco.
Análise: Ousadia ou Irresponsabilidade?
A estratégia do Corinthians é de altíssimo risco. Tentar renovar com um jogador cujo “dono” está cobrando uma dívida milionária na justiça é um movimento ousado. Se der certo, o clube mantém um pilar do time e ganha tempo para pagar. Se der errado, o Timão pode ficar sem o jogador, com a dívida para pagar à vista e bloqueado no mercado. A bola está com o Shakhtar e com os juízes do CAS.