Mesmo “algemado” por um transferban da FIFA e imerso em uma crise financeira, o Corinthians não parou seu planejamento e definiu um alvo “Nível A” para 2026: o atacante Michael, do Flamengo. A diretoria alvinegra, com o aval do técnico Dorival Júnior, já desenhou a chamada “Operação Michael”, uma estratégia complexa para tirar o jogador da Gávea e colocá-lo no Parque São Jorge na próxima temporada.
O Timão sabe que não tem dinheiro para uma compra direta, mas aposta em duas rotas alternativas para convencer o rival carioca a liberar o atleta, que tem contrato até dezembro de 2028.
As Duas “Rotas” do Negócio por Cebolinha: De Graça ou Empréstimo?
Ciente de que Michael, apesar de querido pela torcida, é considerado um “ativo caro e subaproveitado” no Flamengo (apenas 2 gols em 2025), o Corinthians trabalha com dois cenários para viabilizar o reforço:
- Liberação “Zero Custo” (O Cenário dos Sonhos): A aposta mais ousada é tentar uma rescisão amigável entre Michael e o Flamengo. O argumento é financeiro: ao liberar o jogador sem taxa de transferência, o Rubro-Negro economizaria milhões em salários futuros de um reserva de luxo. O Timão, então, assumiria integralmente os vencimentos e luvas do atleta.
- Empréstimo com Divisão (O Plano B): Caso o Flamengo não aceite perder o ativo de graça, o Corinthians proporia um empréstimo de um ano. Nesse modelo, os clubes poderiam negociar uma divisão dos salários, aliviando a folha carioca e entregando a Dorival o ponta de velocidade que ele tanto pede.
O Obstáculo Gigante no Corinthians: O Transferban e a Dívida de R$ 120 Milhões
Todo esse planejamento, porém, pode ruir diante da realidade financeira. O Corinthians está, hoje, proibido de registrar jogadores devido a uma dívida de cerca de R$ 40 milhões com o Santos Laguna (pelo zagueiro Félix Torres).

Além disso, o clube acumula mais de R$ 120 milhões em condenações na FIFA e no CAS. Para que a “Operação Michael” saia do papel, a diretoria precisa, antes de tudo, fechar um empréstimo bancário ou adiantar receitas para quitar essas pendências até dezembro e liberar o sistema de registros (TMS) para a janela de janeiro.
Análise: Aposta Alta em um Perfil Decisivo
A busca por Michael faz todo sentido esportivo. Dorival Júnior quer um ponta agudo, de drible e ruptura, características que faltam ao elenco atual e que Michael entrega com sobra. No entanto, financeiramente, é uma aposta de altíssimo risco.
Trazer um jogador com salário na casa de R$ 1 milhão por mês, enquanto o clube luta para pagar dívidas antigas para sequer poder inscrevê-lo, exige uma engenharia financeira perfeita. Se der certo, o Corinthians ganha um titular incontestável. Se der errado, o clube adiciona mais um salário milionário a uma folha que já está no limite.