O promissor início de Gui Negão no time profissional do Corinthians deu lugar a um cenário de menos oportunidades nesta reta final de temporada. Com o retorno de Yuri Alberto após lesão e a excelente fase de Memphis Depay, o jovem centroavante de 18 anos viu sua minutagem encolher significativamente sob o comando de Dorival Júnior, tornando-se, momentaneamente, a terceira opção para a referência do ataque alvinegro.
A Hierarquia Definida por Dorival Júnior
A mudança na rotação do ataque tem explicações táticas claras. Dorival Júnior, que assumiu o Corinthians em abril, consolidou Yuri Alberto como o principal finalizador da equipe desde seu retorno da cirurgia de hérnia inguinal. Ao mesmo tempo, Memphis Depay vive uma temporada espetacular – líder do elenco em participações diretas em gols (8 gols e 10 assistências) – atuando tanto como segundo atacante quanto como referência móvel, o que “fecha” as principais vagas no esquema preferido do treinador (4-2-3-1 ou 4-4-2).
Nesse desenho, Gui Negão, um centroavante mais clássico, de área, acaba perdendo a concorrência direta para a dupla mais experiente e versátil.
O Início Promissor e o Potencial Intacto
A situação atual não apaga o impacto inicial de Gui Negão. Em seus primeiros 13 jogos como profissional, ele marcou 5 gols, ostentando a melhor média entre os atacantes do elenco naquele período. Seus números totais na temporada (17 jogos e 5 gols) seguem sendo muito bons para um atleta de apenas 18 anos que acabou de subir da base.
Protegido por um contrato longuíssimo, válido até junho de 2030, Gui Negão é visto internamente como um ativo de enorme potencial, e a gestão de sua carreira é tratada com cuidado pela diretoria.
Os Cenários para 2026: O Que Esperar?

Com Yuri e Depay consolidados, qual será o papel de Gui Negão na próxima temporada? Três cenários são os mais realistas:
- 12º Homem Fixo (Mais Provável): Seguir como a primeira opção no banco para a função de centroavante, entrando regularmente por 20 a 30 minutos para manter o ritmo, pressionar defesas cansadas e seguir seu desenvolvimento.
- Dupla Situacional: Ser utilizado ao lado de Yuri ou Depay em momentos específicos de jogos em casa ou contra adversários muito recuados, quando Dorival optar por dois centroavantes para aumentar a presença na área.
- Empréstimo Curto (Menos Provável): Caso a comissão técnica avalie que a minutagem será muito baixa em 2026 (por exemplo, com a chegada de mais um atacante), um empréstimo para ganhar rodagem em outro clube da Série A ou B pode ser considerado, mas apenas se for estratégico para sua valorização, dado o contrato longo.
Análise: Gestão de Ativo x Necessidade Imediata
O Corinthians ganha muito com a dupla Yuri Alberto e Memphis Depay em campo, mas a eficiência mostrada por Gui Negão no início do ano é um forte argumento para que ele não seja “estacionado” no banco. Mantê-lo como o primeiro reserva imediato para a posição de centroavante, garantindo-lhe minutos regulares, parece o caminho mais inteligente. Isso ajuda o time a suportar um calendário pesado, protege um ativo valioso com contrato até 2030 e mantém o jovem motivado.
Um empréstimo só faria sentido se a janela de janeiro trouxer um excesso de opções para o setor, e ainda assim, precisaria ser muito bem costurado para garantir o desenvolvimento e a valorização do atleta. A gestão desse talento será um dos desafios interessantes para a diretoria e a comissão técnica em 2026.