HomeEsportesAtléticoAtlético-MG e Grêmio discutem condições de negócio por Júnior Santos?

Atlético-MG e Grêmio discutem condições de negócio por Júnior Santos?

A reta final de 2025 trouxe à tona um rumor que, na teoria, faria todo sentido esportivo: a ida de Júnior Santos, atualmente no Atlético-MG, para o Grêmio. A lógica de mercado é simples: o Tricolor Gaúcho inicia 2026 sob o comando de Luís Castro, técnico que extraiu o melhor futebol da carreira do atacante nos tempos de Botafogo. No entanto, a realidade financeira e médica coloca um freio brusco na especulação.

Apesar do Grêmio estar no mercado buscando dois atacantes para a nova temporada, a diretoria tricolor trata o nome com frieza. Em contato com a reportagem de O TEMPO, um dirigente do clube gaúcho foi direto ao ponto e negou qualquer negociação em andamento, afirmando que “não há interesse” na contratação do jogador neste momento.

O Obstáculo Financeiro e Clínico entre Grêmio e Atlético-MG

Mesmo se houvesse o desejo de Luís Castro, a operação é complexa. Júnior Santos foi a maior contratação do Atlético-MG na temporada, custando cerca de R$ 50 milhões aos cofres da SAF. O clube mineiro, que busca equacionar dívidas e recuperar credibilidade financeira em 2026, dificilmente aceitaria liberar um ativo tão caro por valores baixos, a menos que fosse para aliviar a folha salarial de forma drástica.

Além do custo, há o fator físico:

  • Lesão: O atacante passou recentemente por uma cirurgia para correção de ruptura de tendões na região do púbis.
  • Retorno: A expectativa é que ele volte a ficar à disposição apenas no início de 2026.
  • Contrato: O vínculo com o Galo é longo, válido até o fim de 2028.

Desempenho Abaixo e Pressão

Foto: Daniela Veiga/Galo

A temporada de 2025 de Júnior Santos em Belo Horizonte ficou longe das expectativas. Contratado com status de estrela após brilhar na Libertadores anterior, ele sofreu com a falta de sequência e problemas físicos, somando apenas dois gols em quase 30 jogos. Embora o Atlético precise fazer caixa, vender um jogador em baixa e em recuperação clínica é uma tarefa difícil no mercado, o que reforça a tendência de permanência para tentar recuperar o valor investido em campo.

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O rumor de Júnior Santos no Grêmio é um clássico caso de “fumaça onde há fogo antigo”. O mercado adora conectar jogadores aos técnicos que os consagraram. Mas, na prática, a operação é inviável hoje. Para o Grêmio, pagar caro (ou assumir um salário alto) por um atleta de 31 anos que vem de cirurgia é um risco desnecessário para um início de trabalho. Para o Atlético, emprestar de graça seria admitir o fracasso de um investimento de R$ 50 milhões. A negativa da diretoria gremista é o choque de realidade: o “efeito Luís Castro” não é suficiente para ignorar a planilha financeira e o departamento médico.

Marcos Amaral
Marcos Amaral
Jornalista formado pela Estácio de Sá, cobre futebol por paixão e profissão. Jogador amador, é especialista na cobertura do Flamengo, Palmeiras, Cruzeiro, Atlético, Grêmio e Corinthians. Há mais de anos acompanha de perto o futebol nacional.