O Atlético-MG avançou decisivamente nas tratativas para contratar Renan Lodi e trabalha para fechar um contrato de cinco anos com o lateral-esquerdo de 27 anos. O jogador está livre no mercado após uma saída conturbada do Al-Hilal, da Arábia Saudita. A negociação, confirmada por fontes que acompanham o clube e detalhada pelo ge, coloca o internacional brasileiro muito próximo de ser o primeiro grande reforço do Galo para a temporada de 2026.
O apelo do negócio é evidente: a ausência de taxa de transferência, uma vez que Lodi está sem clube desde setembro. No entanto, “custo zero” no futebol de elite quase sempre significa outra coisa: o investimento tende a migrar para o prémio de assinatura (luvas), bónus e salário — e é exatamente aí que a engenharia financeira do Atlético entra em cena para viabilizar a operação.
A Sombra de Arana no Atlético-MG e o Fluminense
O planeamento para 2026 aponta a lateral-esquerda como uma prioridade absoluta. Reportagens recentes indicam que o Atlético tem urgência em fortalecer o elenco de Jorge Sampaoli e rejuvenescer o grupo.
No curto prazo, existe um fator de mercado que pressiona o clube mineiro: o Fluminense apresentou uma proposta formal por Guilherme Arana. O próprio ge registou que, no mesmo movimento em que recebe assédio pelo seu titular, o Atlético acelerou as negociações com Lodi. A chegada do ex-jogador do Atlético de Madrid serve tanto como uma proteção de luxo quanto como uma reposição imediata de nível internacional.
O Litígio com o Al-Hilal e o Salário Saudita

Renan Lodi deixou o Al-Hilal após não ter sido inscrito no Campeonato Saudita, num contexto de limite de estrangeiros e perda de espaço na equipa de Jorge Jesus. O jogador rescindiu de forma unilateral, e o clube saudita ameaçou tomar medidas legais. Mesmo com a disputa jurídica como pano de fundo, a ESPN apurou que o lateral sente-se protegido pela FIFA para assinar por outro clube.
O desafio financeiro, contudo, reside nos vencimentos:
- Histórico Salarial: Na Arábia Saudita, Lodi recebia cerca de R$ 2,6 milhões por mês (aprox. 400 mil euros mensais).
- A Realidade Brasileira: Para o “custo zero” funcionar no Atlético, o acordo exigirá uma redução salarial significativa ou uma composição inteligente através de metas e luvas diluídas no tempo.
Análise Moon BH: Antecipação Estratégica
Se confirmar a contratação, o Atlético-MG acerta numa lógica que o futebol brasileiro adora: adquirir nível europeu sem pagar taxa de transferência. Mas o sucesso real estará menos no anúncio e mais na estrutura do contrato.
Renan Lodi é um nome de impacto, com currículo pesado e numa posição carente. Contudo, o Galo não pode transformar esta “oportunidade” num novo problema de folha salarial, especialmente se mantiver Arana. Com o interesse do Fluminense no horizonte, a leitura é direta: o Atlético quer proteger-se antes que a janela de transferências se transforme numa correria desenfreada, garantindo um substituto à altura antes mesmo de vender a sua estrela.