O Atlético-MG está atento às chamadas “oportunidades de mercado” para reforçar o elenco de 2026 e identificou um alvo que se encaixa perfeitamente nesse perfil. O volante uruguaio César Araújo, de 24 anos, encerrou seu ciclo no Orlando City (EUA) e está livre para assinar com qualquer equipe sem custos de transferência. A possibilidade de trazer um jogador jovem, valorizado e sem pagar multa rescisória colocou o Galo na disputa, embora a concorrência — incluindo o Botafogo — prometa ser acirrada.
Araújo não é uma aposta desconhecida. Nos últimos anos, ele se consolidou como um dos pilares de meio-campo na MLS, destacando-se pela intensidade na marcação e leitura de coberturas. Seu valor de mercado no Transfermarkt reflete essa consistência: avaliado em € 3,5 milhões (aproximadamente R$ 22,4 milhões na cotação atual), ele chega como um ativo pronto, e não como um jogador em fim de carreira buscando o último contrato.
Livre, mas não barato ao Atlético: O Custo Real
É importante diferenciar “sem taxa de transferência” de “jogador barato”. Embora o Atlético não precise pagar ao Orlando City, a negociação no modelo europeu de free agency envolve outros custos pesados. Para convencer um atleta livre a assinar, o clube geralmente precisa oferecer um pacote robusto de luvas (bônus de assinatura) e comissões para empresários, diluindo esses valores no salário mensal.
Para se ter uma base, o guia salarial da MLSPA listava César Araújo em 2025 com uma compensação garantida na casa de US$ 548 mil anuais. Convertendo para a moeda brasileira, isso daria um salário base próximo de R$ 250 mil mensais. No entanto, ao chegar “de graça” ao Brasil, é natural que o jogador e seu estafe peçam um valor mensal consideravelmente superior a esse patamar para compensar a ausência de taxa de compra.
O Encaixe no Galo de 2026

Tecnicamente, César Araújo preenche uma lacuna específica no planejamento do Atlético. O clube busca volantes de sustentação — aquele “primeiro homem” capaz de dar equilíbrio defensivo e liberar os meias e alas para atacar. O uruguaio oferece exatamente isso: vigor físico, desarme e a tradicional “pegada” sul-americana, lapidada em uma liga física como a norte-americana.
Além disso, a idade (24 anos) joga a favor. O Galo enxerga nele um potencial de revenda futura ou, no mínimo, de retorno técnico por várias temporadas, justificando o investimento em luvas.
Análise Moon BH: Aposta de Estrutura
Se o Atlético quer fazer mercado com inteligência em 2026, o “tiro” em jogador livre e com idade de auge físico é o tipo de movimento que separa um elenco caro de um elenco eficiente. César Araújo não é uma contratação de holofote para vender camisa na loja; é uma contratação de estrutura para ganhar jogo em novembro, quando o time precisa de perna e cobertura.