A diretoria do Atlético-MG acusou o golpe. Após faixas de protesto chamando a gestão de “medíocre e frouxa” e o vice-campeonato na Sul-Americana, a cúpula alvinegra decidiu mudar radicalmente a postura para 2026. A ordem interna é “investir pesado”, mas de forma diferente de 2025.
O clube vai ao mercado com dinheiro, mas guiado por uma nova filosofia alinhada entre o CIGA (Centro de Informação do Galo) e o técnico Jorge Sampaoli.
O objetivo é claro: acabar com a era dos “medalhões acomodados” e montar um time que tenha intensidade física para suportar o estilo do treinador argentino por 90 minutos.
O “Erro Cuca” e o Novo Perfil de Ouro no Atlético
A autocrítica da diretoria passa pelo reconhecimento de um erro estratégico em 2025. O departamento de dados (CIGA) indicava a necessidade de jovens intensos, mas a gestão anterior (e o técnico Cuca) optou por veteranos. O resultado foi a maior folha salarial do clube sem títulos de expressão.
Para 2026, Sampaoli tem carta branca e definiu o “tripé de contratação”:
- Juventude: Baixar a média de idade do elenco.
- Vigor Físico: Jogadores capazes de fazer pressão alta o tempo todo.
- Potencial de Revenda: Ativos que valorizem o patrimônio da SAF.
Sampaoli Banca o Projeto (e a Faxina)
Jorge Sampaoli, com contrato até dezembro de 2027, garantiu sua permanência e avisou: quer jogadores “à altura do Galo”. Isso significa que a porta de saída está aberta para quem não se encaixa.

A “lista de dispensa” silenciosa mira atletas caros que não entregam intensidade. Nomes em fim de contrato ou com desempenho questionável (como Vargas e Kardec) já são cartas fora do baralho, e até titulares contestados podem rodar para abrir espaço na folha salarial para os novos investimentos.
Dinheiro em Caixa: De Onde Vem o Investimento?
Apesar da frustração esportiva, o Atlético tem fôlego. O clube arrecadou cerca de R$ 40 a 45 milhões em premiações na temporada (somando Sula, Copa do Brasil e Brasileirão). Esse caixa, somado à economia com a saída de medalhões, financiará a nova onda de contratações.
Análise: O “All-In” da SAF
A decisão de investir pesado é uma resposta direta à arquibancada. A SAF do Galo percebeu que não pode mais errar. 2026 será o ano da “prova dos nove”: se Sampaoli conseguir montar o time intenso que deseja com o dinheiro da SAF, o Atlético volta a ser favorito. Se errar a mão nas contratações novamente, a crise institucional pode ser irreversível.