O desejo de Jorge Sampaoli por Everton Cebolinha para reforçar o Atlético em 2026 é forte, insistente e, segundo a imprensa, “a qualquer custo”. Mas essa vontade esbarra em uma muralha rubro-negra. O Flamengo, a pedido do técnico Filipe Luís e com o poder do contrato na mão, faz jogo duro e não tem a menor intenção de facilitar a saída de seu atacante, especialmente para um rival direto na briga por títulos.
A queda de braço entre o desejo de um e o poder do outro está lançada, e o favoritismo, hoje, é todo do clube carioca.
Por que Sampaoli quer Cebolinha no Atlético?
O interesse do técnico argentino em Cebolinha é puramente tático. Ele enxerga no atacante o perfil exato de ponta que seu modelo de jogo exige: um jogador veloz, agressivo no um contra um, que dá amplitude ao campo e tem disciplina para participar da pressão pós-perda. Para Sampaoli, Cebolinha não seria apenas um reforço, mas a peça que destrava o potencial de seu esquema ofensivo para 2026.
Por que o Flamengo Diz ‘Não’?
A resposta do Flamengo à sondagem do Atlético tem sido fria e firme, baseada em três pilares:
- O Pedido de Filipe Luís: O próprio técnico do Flamengo já sinalizou à diretoria que conta com Cebolinha no elenco, brecando qualquer ímpeto de negociá-lo.
- O Fator Contratual: Com vínculo até junho de 2026, o Flamengo não tem pressa. O poder de barganha está todo do lado rubro-negro.
- A Lógica da Rivalidade: Vender um jogador importante para um concorrente direto ao título é, na prática, reforçar um inimigo. O clube só cogitaria um negócio se a proposta financeira fosse tão alta a ponto de compensar o risco esportivo.
Empréstimo ou venda ao Grêmio?
Com a compra em definitivo sendo um cenário de cifras proibitivas, a única porta entreaberta seria a de um empréstimo com opção ou obrigação de compra, com o Atlético arcando com a maior parte ou a totalidade dos salários. Mesmo assim, o Flamengo só aceitaria se a “taxa de vitrine” (valor pago pelo empréstimo) e as condições da compra futura fossem muito vantajosas.
Só que o ex-clube do jogador, o Grêmio, também está interessado em conseguir o atleta de volta para o seu elenco. Isso pode ser mais fácil de ser arranjado do que uma venda ao Galo. Hoje o jogador está avaliado em R$ 43 milhões, o que também pode afastar uma compra do radar.
Por causa dos problemas recentes do Tricolor, ele é visto como uma ameaça menor ao Flamengo, o que poderia fazer a diretoria pensar diferente no seu caso.
Minha opinião
O desejo de Sampaoli é legítimo, mas esbarra na dura realidade do mercado. O Flamengo não tem motivos para fazer um favor a um rival. A menos que o Atlético apresente uma proposta de empréstimo irrecusável ou que o próprio Cebolinha force uma saída — algo que não aconteceu até agora —, a tendência é que o “sonho” de Sampaoli continue sendo apenas isso. No cabo de guerra por Cebolinha, o Flamengo tem os dois braços na corda.
