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Atlético: Quem pode investir na SAF? De donos do Milan a fundos árabes

Com a recente mudança que flexibiliza a entrada de capital novo, a busca por um investidor para a SAF do Atlético entrou em uma nova fase. Mas quem são os potenciais parceiros? O perfil vai muito além do simples comprador de clube. Analisamos os diferentes tipos de investidores que fazem sentido para o projeto do Galo, suas estratégias e como o clube se posiciona como um ativo atraente no mercado global.

Perfil 1: O Capital de Private Equity Esportivo

Esses são fundos especializados em destravar o valor de entidades esportivas. Eles não entram para “brincar de futebol”, mas para aplicar gestão profissional e multiplicar o retorno financeiro.

  • Exemplos Notáveis: RedBird Capital (dono do Milan e Toulouse) e Sixth Street (parceiro de Real Madrid e Barcelona em acordos de mídia e infraestrutura).
  • Estratégia de Investimento: O foco é rentabilizar ativos como estádios (Arena MRV), direitos de mídia e governança corporativa. Eles entram para organizar as finanças, refinanciar a dívida com juros menores e acelerar as receitas, geralmente sem microgerenciar o departamento de futebol.
  • Encaixe no Galo: Seriam ideais para limpar o balanço do clube e profissionalizar a gestão da Arena MRV, mantendo o controle esportivo nas mãos de executivos locais.

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Perfil 2: Os Fundos Soberanos e Estratégicos

Aqui o jogo é mais geopolítico e de expansão de marca. São fundos ligados a países ou grandes conglomerados que buscam ampliar sua influência global através do futebol.

  • Exemplos Notáveis: Qatar Sports Investments (QSI, dono do PSG), PIF da Arábia Saudita (dono do Newcastle) e grupos como BlueCo (Chelsea) e INEOS (Manchester United).
  • Estratégia de Investimento: Buscam criar uma rede global de clubes para captação de talentos, troca de know-how em ciência de dados e ativações comerciais em novos mercados (Oriente Médio, EUA, etc.).
  • Encaixe no Galo: Uma participação minoritária de um desses players poderia abrir portas para patrocínios internacionais e facilitar o fluxo de jogadores. O ponto de atenção seria a necessidade de navegar as regras de multi-propriedade da CONMEBOL e UEFA.

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Por que o Atlético é um Ativo Atraente?

O “teaser” do Galo para o mercado internacional é forte e se baseia em cinco pilares:

  1. Ativo Físico de Elite: A Arena MRV é uma fonte de receita com enorme potencial.
  2. Marca e Torcida: Uma das maiores e mais engajadas do Brasil, com alto potencial de monetização.
  3. Formação de Talentos: Minas Gerais é um polo formador, e o histórico do clube na base é um atrativo.
  4. Receitas com Margem de Expansão: Potencial de crescimento em bilheteria, sócio-torcedor e mídia própria.
  5. Segurança Jurídica: O modelo da SAF oferece uma estrutura de governança clara e segura para o investidor.

Análise: O Modelo Ideal para o Galo

A estrutura que mais protege os interesses do Atlético-MG é a de um sócio minoritário que injeta “dinheiro novo” no caixa para quitar dívidas e investir em infraestrutura de receita (como a Arena). Em troca, esse investidor recebe uma participação na SAF e assentos no conselho para garantir a boa governança financeira, mas sem interferir diretamente nas decisões estratégicas do futebol, que permaneceriam com a gestão atual liderada por Rubens Menin e sua equipe.

Fhilipe Pelájjio
Fhilipe Pelájjiohttps://moonbh.com.br/fhilipe-pelajjio/
Publicitário, jornalista e pós-graduado em marketing, é editor do Moon BH e do Jornal Aqui de BH e Brasília. Já foi editor do Bhaz, tem passagem pela Itatiaia e parcerias com R7, Correio Braziliense e Estado de Minas. Especialista na cobertura de futebol, com foco em Atlético, Cruzeiro, Palmeiras e Flamengo há mais de 10 anos.