Uma análise fria da folha salarial e da tabela de classificação do Campeonato Brasileiro expõe o paradoxo que vive o Atlético em 2025. O clube mineiro, que opera com um dos maiores orçamentos do país, na casa dos R$ 25 milhões mensais, patina na parte de baixo da tabela.
Em contrapartida, o modesto Mirassol, com uma folha cinco vezes menor, faz uma campanha histórica e figura no G-4. O contraste entre o alto investimento do Galo e o baixo retorno em campo acende um grande sinal de alerta na Cidade do Galo.
A disparidade nos gastos (e nos resultados)
Os números mostram a enorme diferença de investimento e o resultado oposto em campo.
- Atlético-MG: Possui uma folha salarial com todo o futebol (salários, direitos de imagem e encargos) que gira em torno de R$ 25 milhões por mês. Na tabela, ocupa apenas a 15ª posição, com 25 pontos em 22 jogos.
- Mirassol: Tem uma folha salarial “enxuta”, estimada em R$ 5 milhões por mês. Na tabela, é a grande surpresa do campeonato, ocupando a 4ª posição, com 42 pontos em 23 jogos.
A tradução da planilha para o campo é clara: o Galo gasta cinco vezes mais que o Mirassol, mas não consegue transformar esse investimento em pontos na mesma proporção.
O momento oposto no returno
O contraste fica ainda mais evidente ao se analisar o returno do Brasileirão. Enquanto o Mirassol tem uma das melhores campanhas desta segunda metade do campeonato, o Atlético figura entre os times de pior desempenho, uma queda de rendimento que explica sua aproximação perigosa com a zona de rebaixamento.
Análise: por que isso acontece?
A diferença de performance entre os dois clubes é um caso clássico que mostra que dinheiro, por si só, não ganha campeonato. O Mirassol se destaca por um modelo de gestão eficiente: um recrutamento de jogadores preciso, com apostas certeiras, e uma comissão técnica estável que deu um padrão de jogo competitivo à equipe. É o exemplo perfeito de bom custo-benefício.
O Atlético, por outro lado, sofre com o peso de uma folha salarial inflada, um elenco caro que tem oscilado muito e apresentado dificuldades em encontrar um padrão de jogo sob pressão. O resultado é um aproveitamento baixo para um investimento tão alto. Para o Galo, a lição é dura: a diferença orçamentária só voltará a “aparecer” em campo quando o time encontrar a estabilidade e a regularidade que, no momento, sobram ao seu rival de orçamento modesto.