O Atlético deu um passo crucial para o futuro de sua SAF. Em reunião na noite de terça-feira (16), o Conselho Deliberativo do clube aprovou uma alteração que permite a diluição da participação da Associação na SAF, abrindo caminho para a captação de um aporte mínimo de R$ 200 milhões de um novo investidor.
O objetivo principal, segundo a diretoria, é claro: usar o novo capital para abater a dívida bilionária do clube e fortalecer o investimento nas categorias de base.
O Que Isso Significa na Prática?
A decisão pode parecer complexa, mas a lógica é direta. Hoje, a Associação (o clube social) detém 25% da SAF. Com a nova regra, essa fatia pode diminuir até um piso de 10%.
- Como funciona: Não se trata de uma venda direta da parte do clube. O que foi aprovado é um aumento de capital: a SAF emitirá novas ações que serão compradas por um investidor, injetando dinheiro novo no caixa. Para isso acontecer, o aporte mínimo tem que ser de R$ 200 milhões.
- Garantia de Governança: Um ponto fundamental do acordo é que, mesmo diluída a 10%, a Associação manterá seus dois assentos garantidos no Conselho de Administração da SAF, preservando seu poder de influência nas decisões estratégicas.
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O Alvo: Atacar a Dívida Bilionária
A necessidade da manobra é explicada pelos números. Com uma dívida líquida projetada em R$ 1,4 bilhão no início do ano, o clube precisa de capital para aliviar a pressão financeira. “Se por um lado você perde percentual, pega o dinheiro e paga a dívida”, resumiu o presidente Sérgio Coelho.
Ou seja, na prática, a associação perderá 15% da sua participação para que a SAF pague suas dívidas sem que os sócios precisem tirar dinheiro do próprio bolso.
O foco será quitar as famosas dívidas onerosas (com juros altos) e outras ligadas à Arena MRV.
Próximos Passos: A Busca por um Investidor
Com o “ok” do conselho, a diretoria da SAF do Atlético tem agora o mandato para ir ao mercado em busca de um parceiro estratégico. A decisão foi dura, mas vista como racional para destravar o potencial financeiro do clube.
O desafio será encontrar um investidor disposto a injetar um valor robusto, bem acima do piso de R$ 200 milhões, para que o aporte tenha um efeito real e transformador no balanço do Galo. Para a torcida, fica a expectativa e a missão de acompanhar como esse dinheiro será aplicado, tanto na redução do passivo quanto no retorno para o campo.