Para o técnico Cuca, o jogo de volta contra o Cruzeiro, em 11 de setembro, se tornou muito mais do que um clássico. Virou uma “final” que vale seu emprego. Nos bastidores do Atlético, o clima é de alta pressão, e uma eliminação para o maior rival na Copa do Brasil deve selar a saída do treinador. A decisão não seria apenas técnica, mas também financeira: cair nas quartas significa abrir mão de quase R$ 10 milhões em premiação.
A diretoria da SAF, que já vinha fazendo cobranças internas por resultados, admite em conversas reservadas que a permanência do comando técnico entrará em pauta em caso de uma nova frustração contra o rival.
O Contexto que Empurra a Decisão
Desde julho, o ambiente no CT é de pressão. Atuações irregulares no Brasileirão e a percepção de um time que não evolui já motivaram reuniões entre a cúpula da SAF e a comissão técnica. O próprio Cuca reconheceu o “risco calculado” ao priorizar as copas, uma aposta que exige resultados imediatatos. Fracassar nesse cenário tem um custo altíssimo.
A conta na ponta do lápis também pesa. Deixar de ganhar os R$ 9,92 milhões da vaga na semifinal seria um golpe duro em um caixa já pressionado por dívidas e altos investimentos.
Análise: O Plebiscito de um Projeto
O Atlético comprou o risco de colocar as copas no centro de seu projeto para 2025. Isso, automaticamente, transforma o clássico contra o Cruzeiro em um plebiscito sobre a liderança de Cuca.
Em caso de eliminação, a SAF terá na mesa o roteiro clássico do futebol brasileiro: a troca de técnico para estancar a crise, renovar a narrativa e tentar salvar o ano com o que resta. A permanência de Cuca, hoje, se sustenta apenas pelo resultado. O argumento tático já se desgastou, e a régua financeira não perdoa.
E se Cuca Sair? Veja 4 Nomes que Podem Surgir no Radar do Galo
Com a pressão aumentando, o mercado já começa a especular possíveis substitutos. Caso a vaga na Copa do Brasil não venha, estes são alguns nomes de peso que podem entrar na mira do Atlético:
1. Marcelo Gallardo: O “sonho de consumo” de 10 entre 10 clubes brasileiros. O argentino, ex-River Plate, é sinônimo de mentalidade vencedora e trabalho de longo prazo. Sua contratação seria um golpe de efeito para reanimar a torcida, mas exigiria um projeto robusto e o maior investimento da história do clube em um técnico.
2. Gabriel Heinze: Outro argentino de prestígio, conhecido por montar times extremamente intensos, agressivos e com uma marcação pressão sufocante. Está livre no mercado e seu estilo de jogo “elétrico” tem o DNA que a torcida do Galo tanto admira.
3. Hernán Crespo: Campeão paulista pelo São Paulo, o também argentino já provou que conhece o futebol brasileiro e sabe montar equipes competitivas. Tem um perfil mais conciliador que os compatriotas e poderia se adaptar bem a um elenco estrelado.
4. Fernando Diniz: Um nome brasileiro sempre cogitado em momentos de necessidade de “fato novo”. Seu estilo de jogo autoral, focado na posse de bola, representaria uma mudança radical na filosofia do time. É uma aposta de alto risco, mas de altíssimo potencial de retorno, caso se encaixe.