Atlético: Rubens Menin prepara venda para outro bilionário?

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Dois anos após tentar (sem sucesso) transformar o São Paulo em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), o bilionário Jorge Paulo Lemann mira agora o Atlético Mineiro. Segundo rumores que circulam nos bastidores do clube, as negociações com o empresário mineiro Rubens Menin, atual controlador da SAF, avançam silenciosamente.

O interesse de Lemann surge em um momento crucial: o Galo acumula uma dívida de R$ 1,4 bilhão, mesmo após vender parte de seu patrimônio na transição para o modelo empresarial.

A possível entrada de Lemann envolveria a compra de 35% das ações da SAF, com um aporte financeiro capaz de aliviar as obrigações do clube. O bilionário, conhecido por transformar marcas como a Ambev em gigantes globais, é visto como um trunfo para projetar o Atlético internacionalmente.

Saída de Sérgio Coelho alimenta rumores

O anúncio da saída de Sérgio Coelho da gestão do futebol do Galo, na sexta-feira (7), alimentou os rumores sobre uma reestruturação.

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Em seu vídeo, ele ‘passou a limpo’ temas já explicados pela gestão várias vezes citou em dois trechos sobre eventuais aportes na SAF: “Se houver necessidade de fazer aporte, na SAF, o Galo (associação) não tem de fazer. Por que os nossos 25%, mesmo não fazendo aporte, não será diluído”, disse ao comentar sobre o clube não ter pedido Recuperação Judicial.

“Quer comprar ações da SAF? Venha, coloque o dinheiro em cima da mesa, desde que você comprove sua capacidade financeira, você vai comprar no mesmo valor que os 4R’s compraram, nem correção monetária vai ter, nem juros”, disse em outro trecho.

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Coelho, que comandava as áreas de base e futebol feminino, declarou que a decisão de deixar o cargo foi tomada em abril de 2024, mas sua saída coincide com o momento de transição.

“Precisamos ter um profissional específico para cuidar do futebol, trabalho que deve ser realizado pela SAF, não pela Associação”, disse Coelho, reforçando a necessidade de separar as gestões. A declaração foi interpretada como um sinal de que a SAF prepara terreno para novos rumos.

Paulo Lemann no Atlético?

A principal vantagem da chegada de Lemann é a expertise em gestão de marcas e a capacidade de injetar capital sem interferir na administração esportiva. “Ele tem pouco interesse em gerir o futebol e vê o clube como um investimento financeiro”, explicou uma fonte próxima às tratativas. Isso permitiria que os 4R’s (família Menin) mantivessem o controle operacional enquanto focam em reduzir a dívida, que já foi de R$ 2 bilhões antes da SAF.

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Além disso, Lemann poderia ajudar a transformar o Atlético em uma marca global, replicando estratégias bem-sucedidas em seus negócios. Para Rubens Menin, que hoje detém 41,8% das ações após aportes de R$ 200 milhões, a parceria faz sentido: em 2022, ele já defendia que a SAF precisava de um sócio que entregasse “vantagem competitiva”.

Conselho do Atlético precisa aprovar novo sócio

A entrada de Lemann ainda depende da aprovação do Conselho de Administração da SAF, que inclui cláusulas para evitar a chegada de sócios “indesejáveis”.

Rubens Menin, no entanto, já sinalizou abertura. Em 2022, ele mesmo questionou: “Se eu compro o clube, que vantagem competitiva eu entrego?”. A resposta, agora, parece estar na combinação entre o capital de Lemann e a gestão experiente dos Menin.