No último 3 de abril, o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora (HNSA), em Caratinga (MG), registrou um nascimento fora do comum: João Vitor veio ao mundo com 6,266 kg e 59 cm de comprimento, tornando-se o maior bebê já atendido na instituição. O parto, realizado por cesariana, surpreendeu até a equipe médica, que já esperava um recém-nascido acima da média.
A mãe, Maria José Mendes da Silva, relatou à reportagem que sentia a barriga “muito pesada” e tinha dificuldades para se movimentar, mas não imaginava o peso do filho.
O caso foi classificado como macrossomia fetal, termo usado para bebês que nascem com 4 kg ou mais. De acordo com a dra. Valdênia Gomes, médica responsável pelo parto, além do peso do bebê, outro dado chamou atenção: a placenta pesou 1,220 kg — quase o dobro da média comum (500 a 700 gramas).
A condição pode ter múltiplas causas:
Fatores genéticos (histórico de bebês grandes na família);
Diabetes gestacional não controlada (açúcar elevado no sangue da mãe);
Gravidez prolongada (ultrapassar 40 semanas).
Maria José não teve diagnóstico de diabetes durante a gestação, mas a equipe investiga se há predisposição genética, já que seus filhos anteriores também nasceram acima do peso.
Bebês com macrossomia exigem atenção redobrada. O parto vaginal pode oferecer riscos como distocia de ombro (quando os ombros do bebê ficam presos), aumentando a necessidade de cesárea. No caso de João Vitor, a cirurgia foi planejada para evitar complicações.
Apesar do tamanho, mãe e filho passam bem.
Aumento dos bebês pelo mundo
Casos como o de João Vitor refletem uma tendência global. Segundo a OMS, a prevalência de macrossomia subiu 15% na última década, impulsionada por fatores como:
Obesidade materna;
Avanço da idade das gestantes;
Aumento de diabetes gestacional.
No Brasil, estima-se que 10% dos nascimentos envolvam bebês acima de 4 kg. Em Minas Gerais, hospitais de referência já adaptaram protocolos para esses casos, incluindo acompanhamento nutricional pré-natal.