Um dos principais críticos ao prefeito de BH, o vereador Fernando Borja entrou com pedido de impeachment contra Alexandre Kalil por crimes de responsabilidade alegando que o mandatário deixou de responder quase 200 questionamentos.
O ofício, que deveria ter sido lido no plenário, foi enviado para que o executivo pudesse se explicar antes da Câmara tomar alguma decisão. Com mais de 10 dias de atraso no prazo estabelecido, a resposta veio.
Em resumo, a PBH alegou que quase todos os requerimentos, ou foram respondidos, ou eram de responsabilidade da Secretaria de Saúde, muito ocupada com a pandemia para prestar os devidos esclarecimentos.
Ao Moon BH, Fernando Borja disse que mais de 300 requerimentos ficaram sem resposta da PBH:
“Desde o início da legislatura foram encaminhadas ao meu gabinete diversas denúncias quanto a irregularidades praticadas no âmbito da secretaria de cultura e fundação municipal de cultura… Tomando conhecimento que o número de pedidos de informação aumentaram significativamente, mais de 300 pedidos não atendidos e, em face a inércia da Mesa Diretora em adotar as medidas legais e administrativas que lhe cabem, tomei a iniciativa de apresentar Denúncia contra o Prefeito Alexandre Kalil 19/05/2020, em virtude das omissões apontadas”.
Ressaltou que, inclusive, o juiz que concedeu liminar à Abrasel liberando a abertura de bares na capital reconheceu que havia crime de responsabilidade na PBH por não responder aos requerimentos:
“Neste meio tempo o MM Juiz da 3ª Vara dos Feitos da Fazenda Municipal da Comarca de Belo Horizonte concedeu liminar, posteriormente cassada pela presidência do TJMG, nos autos do Mandado de Segurança Coletivo nº 5071716-92.2020.8.13.0024. Em sua decisão concluiu pela existência de indícios da prática de crimes de responsabilidade e de atos de improbidade administrativa atribuídos ao Prefeito Alexandre Kalil”.
Racha na oposição e briga pelos votos de direita
Apontado como possível candidato a vereador, o advogado Mariel Marra criticou o pedido de Borja.
“Se for verdade essa informação prestada pela PBH, isso significa que o vereador-denunciante fez um pedido de impeachment sem fundamento e nesse caso não há que se falar na intenção direta do Kalil para prática de crime de responsabilidade. Parece que o vereador relacionou todos pedidos sem resposta que foram direcionados para outros órgãos da Prefeitura e até para outras instituições. Isso é muito ruim pra quem de fato faz oposição ao Kalil, porque faz parecer agora que tudo é apenas uma questão eleitoreira, sendo que essa não é a verdade”.
Guerra pelo apoio conservador
Como apontado pela coluna A Parte, Marra e Borja estão em lados opostos na briga pelo voto de direita.
No último dia 29 o advogado postou uma foto associando o partido do vereador (AVANTE) à esquerda.
Apoiadores do vereador e do deputado estadual Bruno Engler estão em pé de guerra nos grupos de whatsapp pelo mesmo motivo: briga dos votos. Os dois, porém, negam estar se atacando.