A primeira vitória do Atlético Mineiro no Brasileirão 2025 finalmente chegou, mas o triunfo por 1 a 0 sobre o Botafogo no último domingo esconde uma realidade incômoda que o técnico Cuca tenta disfarçar: o Galo ainda não encontrou seu melhor futebol, e a ausência de Gustavo Scarpa entre os titulares continua sendo um enigma tático que divide opiniões.
Após quatro rodadas decepcionantes, com apenas dois empates e duas derrotas, o time alvinegro finalmente respirou aliviado ao conquistar seus primeiros três pontos na competição.
O resultado positivo contra um adversário de peso como o Botafogo trouxe alívio momentâneo, mas não apaga as preocupações sobre o desempenho irregular da equipe neste início de temporada.
Em entrevista coletiva após a partida, Cuca destacou a importância da vitória: “Tínhamos que nos mobilizar mais para ganhar e não entrar em crise, porque se você não ganhar logo, você entra em crise, e isso a gente não quer.”
A declaração do treinador revela o clima de tensão que pairava sobre a Arena MRV antes do confronto.
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Cuca mantém Gustavo Scarpa no banco
O que chama atenção, porém, é a insistência de Cuca em manter Gustavo Scarpa, uma das principais contratações da temporada, no banco de reservas.
O meia, que acumula um gol e quatro assistências em 18 partidas, tem sido preterido em favor de outros jogadores, numa decisão que parece mais política do que técnica.
Fontes próximas ao clube indicam que a relação entre Scarpa e Cuca não é das mais harmoniosas. O treinador, conhecido por seu perfil centralizador, aparentemente não vê com bons olhos a liberdade criativa e o estilo de jogo do ex-jogador do Palmeiras.
A justificativa oficial para a reserva é sempre a mesma: “opção tática”.
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Scarpa é bom jogador em campo
No entanto, os números não mentem. Quando Scarpa está em campo, o Atlético cria mais oportunidades de gol e mantém maior posse de bola. Sua visão de jogo e capacidade de executar passes decisivos são qualidades que o time claramente sente falta quando ele não está presente.
A vitória sobre o Botafogo, embora importante para a moral do grupo, foi conquistada com muito mais transpiração do que inspiração. O gol solitário veio após uma jogada individual, sem a construção coletiva que se espera de uma equipe do calibre do Atlético.
Para os próximos compromissos, Cuca terá que resolver este dilema tático. Manter Scarpa no banco pode ser uma demonstração de autoridade, mas também pode custar pontos preciosos numa competição tão equilibrada quanto o Brasileirão.
A torcida atleticana, que já demonstrava sinais de impaciência com o início ruim no campeonato, agora cobra mais do que apenas resultados – exige um futebol à altura do investimento feito pelo clube nos últimos anos.
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O próximo desafio do Galo no Brasileirão será contra o Mirassol, no próximo sábado, após o compromisso pela Sul-Americana. Será mais uma oportunidade para Cuca provar que a vitória sobre o Botafogo não foi apenas um lampejo em meio à escuridão, mas o início de uma recuperação consistente.
Enquanto isso, Scarpa segue trabalhando nos bastidores, aguardando sua chance de mostrar que merece mais do que alguns minutos em campo. A questão que fica é: até quando Cuca resistirá à pressão por escalar um dos jogadores mais talentosos do elenco?
