O passaporte do prefeito Álvaro Damião mal esquentou na gaveta. Menos de três meses após uma polêmica missão a Israel, o chefe do Executivo de Belo Horizonte já prepara as malas novamente, desta vez para uma rodada de negócios na China. A viagem, marcada para a primeira semana de outubro, será a quarta agenda internacional do prefeito em cerca de seis meses, consolidando uma nova e agressiva estratégia para reposicionar BH no mapa global de investimentos.
A movimentação, que já gera debates na Câmara Municipal, acontece em paralelo à criação de uma nova Secretaria de Negócios Internacionais, sinalizando que a “diplomacia de negócios” veio para ficar.
A Missão China: Xangai e Cantão na Mira
A agenda na Ásia é focada em resultados. Damião visitará duas das maiores potências econômicas chinesas, Xangai e Cantão (Guangzhou). O objetivo é claro: prospectar investimentos e parcerias em áreas estratégicas para Belo Horizonte, como tecnologia, mobilidade urbana e cidades inteligentes.
As reuniões com empresários e autoridades locais estão sendo articuladas pelo assessor sino-brasileiro Qu Cheng, nomeado recentemente para fortalecer a ponte entre a prefeitura e o gigante asiático.
O Passaporte Carimbado de Álvaro Damião
A intensa agenda internacional de Damião começou em junho, com uma controversa missão a Israel para conhecer modelos de segurança pública. A viagem, que incluiu passagens pela Jordânia e Arábia Saudita, gerou protestos em BH e um pedido de informações na Câmara sobre os custos e os resultados práticos. A prefeitura informou um gasto de R$ 11,9 mil e defendeu a importância da troca de experiências.
A polêmica, no entanto, elevou a régua de cobrança: a cidade agora espera que cada nova viagem traga um retorno claro e mensurável.
A Aposta de Alto Risco do “Prefeito Global”
A estratégia de Álvaro Damião de se tornar um “prefeito global” é moderna e alinhada com o que as grandes metrópoles do mundo fazem. No entanto, é uma aposta de alto risco. Cada viagem internacional tem um custo financeiro e político. Para justificar as milhas acumuladas, o prefeito precisará voltar para casa não apenas com fotos e apertos de mão, mas com anúncios concretos de investimentos, projetos assinados e a promessa de novos empregos.























