Cleitinho ataca ‘PEC da Blindagem’ e pressiona por fim do 6×1 e isenção de IR

Foto: Câmara Federal

O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) intensificou sua atuação em Brasília em torno de uma forte bandeira contra o que chama de “privilégios” do sistema. Em discursos e nas redes sociais, ele fez duras críticas à recém-aprovada “PEC da Blindagem”, classificando-a como um “escárnio”, e, ao mesmo tempo, reforçou a pressão por duas pautas de grande apelo popular: o fim da escala de trabalho 6×1 e a isenção de Imposto de Renda (IRPF) para quem ganha até R$ 5 mil por mês.

O ‘não’ à ‘PEC da Blindagem’

Com a chegada da polêmica “PEC da Blindagem” ao Senado, após ser aprovada na Câmara, Cleitinho já se posicionou de forma contundente.

Ele afirma que a proposta aumenta a sensação de impunidade, especialmente após a manobra que restabeleceu o voto secreto para a autorização de processos contra parlamentares. “Não tem como votar uma PEC dessa”, argumentou o senador, prometendo votar para barrar o texto na Casa.

A luta pelo fim da escala 6×1

Uma das principais bandeiras de Cleitinho é o fim da escala de trabalho 6×1 (seis dias de trabalho por um de descanso). O senador defende publicamente a pauta desde 2024, comparando a dura carga horária do trabalhador comum com a dos políticos.

O tema ganhou força com uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que tramita na Câmara e que propõe uma jornada de quatro dias de trabalho por três de descanso. Cleitinho busca acelerar o debate também no Senado, defendendo que a mudança devolveria ao trabalhador tempo para a família e para a qualificação profissional.

A proposta de isenção de R$ 5 mil no Imposto de Renda

A terceira frente de atuação do senador é no campo tributário. Ele defende a isenção do Imposto de Renda para todos que recebem até R$ 5 mil mensais. Para compensar a perda de arrecadação, Cleitinho sugere um aumento na alíquota de IR para os altos salários dos Três Poderes. “O que é para o povo, eu apoio”, disse em discurso no plenário, reforçando que sua proposta visa a aliviar o bolso do trabalhador e a transferir a carga tributária para os “privilegiados”.

Análise

A estratégia de Cleitinho é clara e eleitoralmente potente: ele conecta as três frentes sob o mesmo guarda-chuva da luta “anti-privilégios”. Atacar a PEC da Blindagem, defender mais tempo de descanso para o trabalhador e propor alívio de impostos para a base da pirâmide forma uma equação coerente com sua persona digital e com forte apelo popular.

O desafio, especialmente nas pautas trabalhista e tributária, será transformar o discurso em propostas com lastro técnico e fiscal. Se conseguir apresentar as contas que fecham essa equação, o senador de Minas tem potencial para ampliar seu alcance para muito além de sua base de apoiadores.