Uma disputa que mistura jornalismo, poder político e estratégia eleitoral já desenha o cenário para a eleição ao Senado por Minas Gerais em 2026. Três nomes muito conhecidos dos mineiros pela televisão emergem como fortes pré-candidatos: Marcelo Aro (PP), Carlos Viana (Podemos) e Eduardo Costa (Cidadania).
A ascensão dos apresentadores reflete a crescente tendência da “midiatização da política”, onde a popularidade na TV se torna o principal capital para a conquista de votos.
Os três rostos da TV na disputa
- Marcelo Aro (PP): Apresentador do “Blitz Record” na Record Minas, Aro atua como Secretário de Governo de Romeu Zema. Ele ficou em terceiro lugar na disputa ao Senado em 2022 e se destaca pela baixíssima rejeição (14%) e pelo forte apoio do governador. Também é o que tem, de longe, a maior audiência na TV.
- Carlos Viana (Podemos): Âncora do “Alterosa Urgente” no SBT, Viana é o atual senador e busca a reeleição. Sua principal barreira é a alta rejeição (41%), que o obriga a se desvincular de polêmicas nacionais para se viabilizar.
- Eduardo Costa (Cidadania): Jornalista do “Alterosa Agora”, Costa aposta no reconhecimento do público. Embora apareça com até 17% nas pesquisas, ainda é menos conhecido que os rivais e ainda não tem uma base partidária mais sólida.
O que dizem as pesquisas?
Uma pesquisa recente do Real Time Big Data, de agosto de 2025, mostra um jogo completamente aberto e tecnicamente empatado entre os principais nomes. Em um dos cenários, com menos candidatos, Viana lidera com 27%, mas Aro aparece forte, com 19%.
A grande questão é que Carlos Viana desidratou nas duas últimas eleições em que concorreu e teve uma votação baixíssima na campanha pela prefeitura de BH.
Análise: a política como espetáculo
A ascensão dos três apresentadores reflete uma tendência que gera debate. Programas de TV, especialmente os de apelo popular, tornaram-se plataformas para campanhas políticas disfarçadas, onde a linha entre jornalismo e propaganda fica cada vez mais tênue.
Embora a estratégia seja eficaz para ganhar votos, especialistas alertam que ela pode banalizar o debate público, privilegiando a imagem em detrimento da substância das propostas. A disputa em Minas, com dois assentos em jogo em 2026, promete ser uma das mais acirradas do país, com a tela da TV sendo apenas o palco inicial de um drama que se decidirá nas urnas.























