Nikolas Ferreira ajudou o PCC? Deputado responde a Lula e promete ação rápida

Foto: redes sociais

A guerra entre o Palácio do Planalto e a oposição subiu de temperatura nesta sexta-feira (29) e agora vai parar na Justiça. Em entrevista, o presidente Lula afirmou que “um deputado” fez uma campanha de mentiras sobre o Pix que serviu para “defender o crime organizado” do PCC. O recado, lido como um torpedo para Nikolas Ferreira (PL-MG), teve resposta imediata: o parlamentar chamou a fala de “mentira torpe” e prometeu processar o presidente.

O embate reacende a polêmica sobre a fiscalização de transferências financeiras e a vincula diretamente à luta do governo contra facções como o PCC.

A Acusação de Lula

Sem citar nomes, Lula afirmou que está “provado” que a campanha contra a nova regra de fiscalização do Pix, em janeiro, atrapalhou o combate às finanças do crime. A fala do presidente ecoa a do chefe da Receita Federal, que já havia criticado a disseminação de “fake news” sobre o tema.

“Tem um deputado que fez uma campanha, contra as mudanças que a Receita Federal propôs. Agora ‘tá’ provado que o que ele estava fazendo era defender o crime organizado e nós não vamos dar trégua para o crime organizado”, afirmou o presidente Lula.

A Reação Feroz de Nikolas

Nikolas Ferreira, autor de vídeos que criticavam a medida na época, vestiu a carapuça e partiu para o contra-ataque. Ele anunciou que levará o caso à Justiça por difamação, afirmando que Lula “cometeu, dolosamente, uma canalhice” ao associá-lo ao crime organizado.

“Em rede nacional, Lula cometeu a canalhice de afirmar, dolosamente e sem prova alguma, que eu DEFENDI o crime organizado. Uma mentira torpe, criminosa e irresponsável. Irei à Justiça para que responda por essa difamação assim como farei com todos os demais – estou compilando tudo”, respondeu Nikolas, ameaçando processar o presidente.

O Ponto Central: A Polêmica do Pix

Em janeiro, o governo tentou endurecer a fiscalização de transferências via Pix, mas recuou após forte reação negativa nas redes. O Planalto argumenta que a medida era essencial para rastrear dinheiro de laranjas e da lavagem de dinheiro de facções. Agora, o governo resgata o episódio para culpar a “desinformação” pelo fortalecimento financeiro de organizações criminosas.

A Guerra de Narrativas no Judiciário

A fala de Lula, embora não cite nomes, é uma clara manobra para associar a oposição a uma pauta impopular. O problema, para o Planalto, é a falta de provas públicas que conectem a intenção da campanha de Nikolas com a defesa do crime.

Ao judicializar o caso, o deputado força o governo a apresentar essas evidências ou a se retratar. A disputa sai do campo da retórica política e entra no terreno dos fatos e provas. Em ano de reordenamento de forças para 2026, a controvérsia serve para turboalimentar as bases de ambos os lados e coloca, mais uma vez, a regulação dos meios de pagamento no centro do debate nacional.