A Polícia Federal (PF) já possui pronta uma cela especial na Superintendência do Distrito Federal para uma eventual prisão em regime fechado do ex-presidente Jair Bolsonaro. A estrutura, que foi adaptada nos últimos meses, inclui banheiro privativo, cama e TV, e segue o modelo usado em outras custódias de autoridades, como a do ex-presidente Lula em Curitiba. A preparação do local indica que a PF se antecipa para cumprir de forma imediata qualquer ordem de prisão que possa ser expedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A estrutura e a função da ‘cela de Bolsonaro’
Apelidada informalmente de “cela de Bolsonaro” entre os agentes, a sala fica no térreo da Superintendência da PF em Brasília. O espaço foi reformado para incluir itens básicos de conforto, como cama, mesa de trabalho, cadeira, televisão e um banheiro reservado. O objetivo é garantir a prerrogativa legal que ex-chefes de Estado têm de ficar em uma “sala de Estado-Maior” ou em uma cela individual, separados dos demais presos. Fontes da PF, no entanto, ressaltam que, embora a preparação tenha o ex-presidente como o motivo mais provável, a sala pode ser utilizada por qualquer outra autoridade que venha a ser detida em situação semelhante.
O contexto e as alternativas em jogo
A decisão de preparar a cela foi tomada pela cúpula da Polícia Federal em consulta com a Vara de Execuções Penais do DF, visando garantir um local seguro e adequado para uma custódia de alto perfil, caso seja determinada pelo STF. Apesar de a sala na PF estar pronta, delegados afirmam que existem outras alternativas para uma eventual prisão de Bolsonaro. Por sua ligação com as Forças Armadas, ele poderia ser levado para uma instalação militar ou para um batalhão da Polícia Militar do DF, como ocorreu com seu ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.
Análise: um recado institucional
Como bem analisou um colunista, “a preparação dessa cela representa uma medida de prudência institucional”. A ação da PF, independentemente de quem seja o preso, reflete um compromisso técnico com a ordem jurídica. Para o ex-presidente, no entanto, a estrutura pronta simboliza uma possibilidade cada vez mais real e formal: a de que a custódia em regime fechado não está descartada. Em meio a um cenário político de alta tensão, a Polícia Federal se antecipa para garantir o cumprimento imediato de qualquer que seja a decisão da Justiça. Fontes























