Agentes de saúde em BH: sem sequer uniformes e ‘meio salário’

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Toda vez que a imprensa noticia que uma Unidade de Pronto Atendimento, UPA, está lotada e os moradores esperam por até 8 horas para serem atendidos, as gestões correm para justificar que muitos dos casos que estão lá deveriam ser atendidos na saúde básica.

De fato, isto é um consenso entre a classe médica. Se os pacientes forem acompanhados nos postos e pelos agentes de saúde devidamente, provavelmente não irão para as UPAs sem necessidade.

O problema é que em Belo Horizonte os agentes de saúde, um dos grandes feitos do SUS, estão com dificuldade até para terem uniformes para trabalhar.

Em audiência pública promovida pela Comissão de Orçamento e Finanças Públicas, solicitada pelo Dr. Bruno Pedralva (PT), os agentes contaram que na capital mineira não recebem nenhum suporte da prefeitura para trabalharem. Com falta até de uniformes, eles ainda ganham um salário inferior ao que deveriam.

Os agentes precisam andar pela capital no sol sem nenhum suporte da PBH. Não tem como a saúde melhorar com tamanho descaso.

Meio salário

Wanderley Porto (PRD) lembrou que já protocolou o Requerimento 1063/2025 solicitando informações à prefeitura sobre o cumprimento do plano de carreira, instituído em 2018.

Segundo ele, o salário-base adotado pela administração municipal (R$ 1.724) está aquém do que determina a legislação federal, que estabelece o piso em dois salários-mínimos. Ou seja, eles ganham pouco mais da metade do que deveriam.

Aos vereadores, a prefeitura disse que paga menos do que deveria por que entende a Lei como quer: “A PBH cumpre o piso dentro da sua leitura da lei. Mas estamos abertos ao debate e vamos apresentar uma resposta até o dia 30 de maio”, disse o gerente da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão Almiro Melgaço da Costa.