Em um raro cenário de convergência entre o liberalismo de Romeu Zema (Novo) e o desenvolvimentismo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Minas Gerais testemunha nesta terça-feira (11) a força da indústria como ponte entre ideologias.
Governador e presidente compartilharam agendas em Betim e Ouro Branco, municípios que simbolizam o coração industrial do estado, em eventos que prometem injetar R$ 4,2 bilhões na economia mineira e gerar 1,8 mil empregos diretos.
A primeira parada foi em Betim, na Região Metropolitana de BH, onde Zema e Lula inauguraram o TechMobility, centro de pesquisa da Stellantis (controladora da Fiat, Jeep e Peugeot) dedicado a veículos híbridos-flex.
O projeto, que recebeu R$ 1,6 bilhão em investimentos, visa desenvolver tecnologias para carros movidos a eletricidade e etanol — uma aposta estratégica para o Brasil, maior produtor global do biocombustível.
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Lula e Zema em Minas Gerais
Já em Ouro Branco, na região Central, a dupla participou da expansão da Gerdau, que aumentará em 15% a produção de aço na unidade local — responsável por 12% do total nacional. A obra, orçada em R$ 2,6 bilhões, garantirá a supply chain de setores como construção civil e automotivo.
Zema, que em 2022 declarou não votaria em Lula nem com reza braba, e o presidente, que já chamou o governador de gestor de fazendinha, parecem ter encontrado um terreno comum: a busca por investimentos em ano eleitoral.
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Desenvolvimento mineiro
- TechMobility (Betim): Capacidade para 500 engenheiros; foco em reduzir emissões de CO₂ em 30% até 2030.
- Gerdau (Ouro Branco): Produção saltará de 3,5 para 4 milhões de toneladas/ano; 60% do aço será destinado à exportação.
Enquanto a Gerdau mira mercados como EUA e China — onde a demanda por aço verde cresce 12% ao ano —, a Stellantis joga no tabuleiro global da descarbonização. A União Europeia, por exemplo, deve banir motores a combustão até 2035, e o etanol brasileiro surge como alternativa estratégica para montadoras.