A tensão entre a Câmara de Belo Horizonte e o prefeito Alexandre Kalil (PSD) continua alta. Nesta sexta-feira, 5, o Moon BH obteve um áudio em que o ex-presidente do Atlético diz a interlocutores que diferente da ALMG, na Câmara dos vereadores, não há cabeças pensantes.
Na conversa, Kalil ainda elogia o vereador Gabriel Azevedo, seu antigo aliado e com que mantém um relacionamento cheio de idas e vindas. “O cara mais inteligente da Câmara é o Gabriel”, explica.
Kalil: Ele [Adalclever Lopes] não é ruim, não. Sabe o que que ele acha? Que o pessoal da Câmara é igual a Assembleia. Cê entendeu? É igual a Assembleia? É o que ele acha!
Kalil: Na Assembleia, na Assembleia tem cabeças pensantes. [risos].
Kalil: Um dos caras mais inteligentes que eu conheço é o Sávio. Entendeu? E o cara mais inteligente da Câmara é o Gabriel! Cê tá brincando!
Lage: É, é lamentável, mesmo. Mas ainda assim é um poder, né? É um poder que a gente arruma briga por motivos inúteis. E eu não estou falando nem de entrevista sua, de xingar, não.
Kalil: É, eu sei.
Lage: É quando um sujeito vem aqui e você promete uma obra pra ele e o resto do governo esquece que tem prefeito, que tem cadeia de comando. É o…
Kalil: Cê tá noivo?
Lage: Tô
Kalil: Vai casar quando?
Lage: Ano que vem, final do ano que vem, ainda não marquei data, não.
Desde a última eleição a PBH não vem tendo vida fácil com os vereadores. A oposição tem o maior número de vereadores desde o primeiro mandado de Kalil, em 2017.
Como mostrou o Moon BH, muitos parlamentares estão ansiosos para fazerem parte de alguma CPI por causa da atenção que elas vem recebendo da imprensa. Neste cenário, não importa muito qual o tema a ser investigado, desde que estejam presentes na comissão. O movimento foi apelidado de “CPI da qualquer coisa”.
Em entrevista à Carta Capital, o prefeito disse que as CPI’s estão sendo influenciadas pela disputa do ano que vem: “É claro que tem relação com 2022. Agora abriram uma quarta CPI, uma vez que a anterior morreu no nascedouro, porque não conseguiram emplacar”.
Desde a operação Santo de Casa, deflagrada em 2016 pela Polícia Civil, a Câmara de BH não se envolvia em escândalos.
O cenário mudou nas últimas semanas quando o Estado de Minas revelou que vários vereadores usam a estrutura da casa para empregar funcionários que lhes prestaram serviços na última campanha eleitoral.
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