Rubens Menin “não queria investir”, diz ex-sócio ao falar de separação

Foto: Divulgação CNN

A entrevista de João Camargo ao Metrópoles foi a oficialização pública do divórcio e o primeiro tiro na guerra de narrativas contra seu antigo parceiro, Rubens Menin. Ao declarar que o controlador da CNN Brasil “não queria fazer investimentos, apesar de a operação dar lucros”, Camargo não estava apenas explicando sua saída; ele estava definindo o campo de batalha para seu novo projeto, a TMC (ex-Transamérica).

A análise das falas revela uma estratégia calculada para posicionar a CNN como um projeto de “contenção de custos”, enquanto a TMC nasce como o projeto de “crescimento e relevância”.

Camargo diz que Menin não queria fazer investimentos

Camargo está reescrevendo a história de sua saída. Não foi um simples fim de ciclo; foi um choque de visões. Ele se posiciona como o executivo que queria “investir no negócio” e ser “relevante”, enquanto pinta Menin como o controlador que, satisfeito com o lucro (“entregou no azul”), preferiu frear a expansão. Para o mercado, a mensagem é: a CNN parou de crescer.

“O Menin lá (CNN Brasil), não queria fazer investimentos. Apesar de estar dando lucros. Já eu quero fazer investimentos no meu negócio. Eu quero ser relevante”, disse o empresário.

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Não é bem assim

Fontes ouvidas pela coluna dizem que a situação pode ser um tanto diferente do que Camargo vem contando. Há a leitura de que ele comprou a rede de rádio com a intenção de colocar o nome de CNN-Transamérica, levando a credibilidade e o licenciamento para as emissoras.

Só que Menin sequer havia sido consultado sobre o projeto e não gostou quando percebeu que a verba publicitária da televisão seria compartilhada com o rádio. Por isso decidiu tomar as rédeas do negócio e colocar dois nomes de sua confiança – e do mercado – na direção do canal, vindos da rádio Itatiaia.

A Estratégia por Trás da Provocação

A entrevista de João Camargo é uma peça de marketing para a TMC. Ao diminuir publicamente a ambição da CNN, ele automaticamente eleva a percepção de seu novo projeto. Ele está dizendo ao mercado de anunciantes e aos grandes jornalistas (como Daniela Lima e Benja Back, que ele está tentando contratar) que a TMC é o lugar onde o investimento, a inovação e a busca por relevância irão acontecer.

Brigando sozinho?

O embate público entre os ex-sócios define as teses dos dois maiores players de hard news para 2026. De um lado, uma CNN Brasil que, segundo Camargo, precisa “contratar mais gente” e se contenta com o lucro. Do outro, uma TMC que nasce com um discurso agressivo de investimento para “ser relevante”.

Pelo visto, Menin não vai entrar na discussão e vai deixar o ex-sócio falando sozinho.

Redação Notícias
Notícias feitas direto da redação do Moon BH, com jornalistas formados há mais de 10 anos na UFMG e PUC-MG, e experientes na coberturas de Cidades, Entretenimento e futebol de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, como Cruzeiro, Atlético, Palmeiras e Flamengo.