A antiga rádio Transamérica está com os dias contados para dar lugar à TMC, e a estratégia de seu novo dono, o executivo João Camargo, é clara: apostar em “grifes humanas”. As negociações em curso com a jornalista Daniela Lima (ex-GloboNews e CNN Brasil) e o comunicador Benjamin Back não são apenas contratações; são os pilares de um plano agressivo para construir uma marca de relevância instantânea, ancorada em rostos fortes para brigar por audiência e faturamento.
A jogada é um clássico do mercado de mídia: usar talento reconhecido para acelerar a construção de uma nova identidade. Em Belo Horizonte a emissora já integra o top 10 de audiência, na nona posição na última medição.
A Lógica da Grade Bimodal: Notícia e Esporte
A escolha dos alvos diz tudo sobre o projeto. Ao mirar em Daniela Lima e Benjamin Back, a TMC busca se firmar sobre os dois pilares mais sólidos do rádio falado:
- Hard News e Análise Política: Daniela Lima entrega credibilidade, apuração em tempo real e a profundidade que fideliza o ouvinte interessado em política e economia.
- Esporte e Entretenimento: Benjamin Back carrega consigo uma comunidade de fãs engajada, um estilo popular e, crucialmente, um histórico de sucesso comercial, atraindo grandes marcas.
É a combinação perfeita para uma grade multiplataforma, que vive do rádio, mas se multiplica em vídeo e cortes para redes sociais.
A Estratégia ‘Rádio com Cara de TV’
O plano de João Camargo, que já foi chairman e era sócio de Rubens Menin na CNN Brasil, é criar uma rádio que já nasce com DNA de vídeo. O playbook é claro: estúdios com cenografia de TV, transmissões ao vivo no YouTube e uma distribuição agressiva de conteúdo em formato de pílulas para Instagram e TikTok.
Esse modelo exige comunicadores que dominem a câmera, e tanto Daniela quanto Benja são nativos desse ambiente.
Análise: O Risco e a Recompensa do Plano
Contratar talentos “premium” tem um custo altíssimo e eleva a régua da folha salarial. O risco do projeto é grande, mas a recompensa potencial é ainda maior: transformar uma marca de rádio tradicional em um player moderno e competitivo de notícia e esporte em escala nacional.
O sucesso do rebrand dependerá da capacidade da TMC de converter o “barulho” das contratações em faturamento publicitário, especialmente nos segmentos de apostas esportivas, varejo e mercado financeiro.
A TMC está jogando para cima, e de forma correta. Lançar uma nova marca de mídia começa por ter “gente” que o público queira seguir. Se João Camargo fechar com Daniela Lima e Benja Back, a emissora estreia já sendo pauta e com portas abertas no mercado comercial. O verdadeiro desafio virá depois: sustentar a relevância, construir uma rede de afiliadas sólida e provar que o modelo de “TV no rádio” é financeiramente viável. Sem isso, a aposta em “grifes humanas” corre o risco de ser apenas um rebranding caro.























