A vinheta que dá frio na espinha voltou a tocar. A Globo interrompeu a programação da tarde desta quinta (11/9), às 15h41, para um Plantão comandado por William Bonner, anunciando que o STF formou maioria para condenar Jair Bolsonaro no julgamento da Primeira Turma.
O estouro entrou no ar logo após o voto de Cármen Lúcia, que consolidou 3 a 1 pela condenação — restando apenas Cristiano Zanin a se manifestar. O próprio boletim enfatizou a formação da maioria e o caráter histórico do caso.
O que foi ao ar
No flash, Bonner cravou o essencial: “com o voto da ministra Cármen Lúcia, o STF formou maioria para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro”, explicando que a sessão seguia em curso e que a dosimetria (tamanho da pena) viria depois. A informação bate com as agências internacionais: a Reuters registrou que a maioria da Primeira Turma condenou Bolsonaro por cinco crimes ligados à tentativa de golpe, com Fux na divergência e pena potencial que pode somar até 43 anos.
Por que o “Plantão” é notícia
O Plantão da Globo virou, há décadas, sinônimo de gravidade e urgência. A emissora o aciona com parcimônia — e, quando o faz, sinaliza que o fato atravessa a rotina e pede boletim fora dos telejornais.
Em 4 de agosto, por exemplo, a Globo já havia entrado em plantão para noticiar a prisão domiciliar de Bolsonaro determinada por Alexandre de Moraes; o vídeo está no Globoplay. Ou seja: a condenação de hoje repetiu o padrão de “interromper para informar” em marcos do processo.
O que está decidido — e o que ainda falta
- Decidido: há maioria pela condenação por crimes que incluem tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
- Falta: o STF concluir a dosimetria (definição da pena) e publicar o acórdão. Até lá, cabem recursos internos.
Impacto editorial e simbólico
A Globo quase não usa a vinheta — exatamente por isso ela marca época quando aparece. A decisão de acionar o plantão no momento em que a maioria se formou embala a narrativa de fato histórico e ajuda a cravar uma linha do tempo para o público generalista: primeiro veio a prisão domiciliar (com plantão em agosto), agora a condenação por maioria (novo plantão). Em termos de percepção, a emissora estabelece a condenação como um turning point do caso, alinhada às agências e à cobertura oficial do tribunal. Globoplay+1
E agora?
A Primeira Turma ainda bate o martelo nas penas. A execução de pena não é imediata — depende do trânsito em julgado (fim dos recursos). No curto prazo, o efeito prático é jurídico-político: Bolsonaro passa a carregar uma condenação criminal em instância máxima, enquanto sua defesa prepara recursos. O Plantão cristaliza para a audiência que a fase “se haverá condenação” ficou para trás; a disputa migra para quanto e como se cumpre a pena.
Em uma linha: o Plantão da Globo selou em rede aberta o que já era histórico nas cortes — a maioria do STF condenou Bolsonaro. Agora, todos os olhos se voltam à dosimetria e aos próximos recursos, mas o recado editorial foi dado: momento-chave do caso, digno de interromper a tarde do brasileiro.























