Mega operação em BH combate “gatos” de água e luz em 40 imóveis da capital

Uma operação que ocorreu na manhã desta terça-feira (02), promovida pela Promotoria de Defesa do Consumidor, Polícia Civil de Minas Gerais, com o apoio da Polícia Militar, teve como objetivo combater “gatos” nas redes de água e luz de Belo Horizonte.

De acordo com informações da Copasa e da Cemig, as fraudes são monitoradas há quase um ano e envolvem residências, comércios, sítios de eventos e até indústrias, incluindo uma cervejaria.

Uma associação seria responsável pela captação ilegal dos recursos e a venda posterior para estes imóveis.

Água

No caso da água, a Copasa informou que os desvios eram feitos pela Associação dos Proprietários de Água do Vale das Acácias (Aproágua). A instituição oferecia aos moradores do bairro a possibilidade do pagamento de R$65 para o consumo livre de água.

“Nossa investigação foi motivada, inclusive, pelos protestos da população de Ribeirão das Neves pela falta de água nas rodovias. Nós não entendíamos o motivo da falha no abastecimento, uma vez que a quantidade de água enviada à cidade é suficiente. Passamos então a monitorar com softwares o consumo e descobrimos essas irregularidades no Vale das Acácias. Muitas outras estão na mira”, afirma o gerente metropolitano oeste da Copasa, José Cláudio Ramos.

O gestor estima que cerca de 57% de toda água enviada à Ribeirão das Neves é desviada por gatos. O prejuízo financeiro desse tipo de crime à empresa, em todo o estado, chega a R$ 13,5 milhões mensais.

Rede elétrica

No Vale das Acácias a Cemig investiga a irregularidade de 50 locais. Na operação desta terça-feira, dois foram confirmados.

O engenheiro da Cemig, Armando Rocha, alerta que o furo de energia encarece as tarifas da rede elétrica para todos os consumidores. “O prejuízo é compartilhado entre a Cemig e a comunidade. É como se fosse um condomínio com 10 moradores, e um deles não pagasse corretamente. A taxa ficaria mais alta para os nove que estão corretos. Esse delito causa também transtornos à população, pois sobrecarrega a rede de distribuição, compromete a qualidade do fornecimento de energia da região onde ela está localizada, e ainda ameaça a segurança da vizinhança”, afirma o engenheiro.

A Cemig estima que o prejuízo causado pelas fraudes gira em torno de R$ 400 milhões.

O furto de água e energia é previsto no código penal e pode acarretar em até 8 anos de prisão.

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