O Santos iniciou a contagem regressiva para garantir a permanência de seu maior ídolo para o ano da Copa do Mundo. A diretoria, liderada pelo presidente Marcelo Teixeira, deve acelerar nos próximos dias as tratativas para renovar o contrato de Neymar até, pelo menos, junho de 2026. O objetivo é claro: oferecer ao camisa 10 a plataforma ideal de preparação para o Mundial, mantendo o “Menino da Vila” como o rosto do projeto esportivo e comercial do clube.
A estratégia de renovação segue um modelo que já virou padrão desde o retorno do craque em janeiro de 2025: ciclos curtos e reavaliações constantes.
O vínculo atual termina em 31 de dezembro, e a ideia é estendê-lo por mais seis meses. No entanto, a operação exige uma engenharia financeira complexa que envolve não apenas salários, mas também a gestão de uma dívida milionária relacionada aos direitos de imagem.
Raio-X: O Custo Neymar no Santos
Manter Neymar na Vila Belmiro custa caro, mas o retorno em campo tem sustentado o esforço. Veja os pilares da negociação:
- O Modelo: Renovação semestral (de seis em seis meses), visando a Copa de 2026.
- O Custo: Salário equivalente a “cinco ou seis jogadores comuns” do elenco.
- A Dívida: O Santos parcelou cerca de R$ 85 milhões devidos à NR Sports (empresa do pai do jogador) referentes a direitos de imagem. Esse valor deve ser renegociado/alongado para viabilizar o fluxo de caixa de 2026.
Engenharia financeira e a reunião com “Neypai”

Para o “fico” acontecer, Marcelo Teixeira precisa alinhar os ponteiros com Neymar Pai. A relação entre as partes é boa, mas o Santos precisa garantir que o pagamento dos R$ 85 milhões parcelados continue cabendo no orçamento, sem comprometer a montagem do restante do elenco.
O clube entende que a renovação não é apenas um gasto, mas um investimento (hedge). A presença de Neymar alavanca receitas de patrocínio, bilheteria e audiência que, em tese, pagam a conta. Além disso, o próprio jogador já manifestou que sua prioridade é o Santos, apesar de evitar cravar a permanência publicamente antes de resolver a questão clínica do joelho.
Análise Moon BH: O Risco Calculado
O Santos vive um trade-off clássico: Neymar muda o clube de patamar, mas exige um esforço financeiro que beira o limite da responsabilidade fiscal. A estratégia de renovar “de seis em seis meses” é brilhante porque funciona como uma proteção para ambos os lados.
Se Neymar estiver saudável e motivado, o Santos ganha um craque de nível mundial e a vitrine global da Copa de 2026. Se o físico não aguentar, o clube não fica preso a um contrato longo e impagável. O risco, claro, é esticar demais a corda financeira e transformar a “solução Neymar” em um problema de fluxo de caixa. Mas, em ano de Copa, ter o camisa 10 da Seleção vestindo a sua camisa é o tipo de aposta que todo clube grande gostaria de poder fazer.