O Santos entrou em “modo de observação” e monitora atentamente a crise instaurada na Toca da Raposa para tentar repatriar um de seus maiores ídolos recentes: Gabigol. A diretoria do Peixe decidiu não fazer movimentos bruscos até que o Cruzeiro defina quem será o substituto de Leonardo Jardim, que decidiu deixar o cargo.
A aposta na Vila Belmiro é estratégica: a chegada de um novo comandante — com Tite sendo o “Plano A” em Belo Horizonte — pode ser o fiel da balança para definir se o atacante continua ou não nos planos do time mineiro para 2026.
A eliminação do Cruzeiro na Copa do Brasil, marcada pelo pênalti perdido por Gabigol, criou o ambiente de instabilidade que o Santos esperava. No entanto, o clube paulista tem uma condição clara para avançar: não pretende pagar taxa de transferência.
A “Operação R$ 0” depende inteiramente de uma engenharia que envolva rescisão amigável, empréstimo ou troca de jogadores, já que o Santos não dispõe de caixa para comprar os direitos econômicos de um atleta com contrato longo.
Crise no Cruzeiro pode facilitar saída ao Santos?
O clima para Gabigol em Minas Gerais azedou após a queda diante do Corinthians. A pressão da torcida e o alto custo do jogador podem fazer com que a nova comissão técnica do Cruzeiro opte por reformular o ataque. Se Tite assumir, a chance de Gabigol perder espaço aumenta consideravelmente, dado o histórico recente de “frieza” entre ambos no Rio de Janeiro.
Apesar disso, o Cruzeiro tenta manter a calma publicamente. O vice-presidente Pedro Junio reforçou que o atacante é um “ativo do clube”. Para o Santos, isso significa que não haverá facilidade: a Raposa não vai simplesmente rasgar um contrato de quatro anos e liberar um investimento milionário de graça sem uma compensação vantajosa.
Análise Moon BH: O Custo do “De Graça”
A estratégia do Santos é ousada, mas perigosa. Vender a ideia de “volta do ídolo a custo zero” funciona bem para a torcida, mas a realidade financeira é outra. Mesmo sem taxa de transferência, trazer Gabigol envolve um pacote salarial altíssimo, luvas e comissões.
O Santos aposta no caos alheio. Se o Cruzeiro decidir que Gabigol é um “problema” para 2026 (especialmente com Tite), o Peixe aparece como solução para assumir a bronca. Mas se a Raposa decidir recuperar o ativo, o Santos não tem poder de fogo para entrar em leilão. A chave do negócio não está na Vila Belmiro, mas sim na prancheta do novo treinador que desembarcar em Belo Horizonte.