O Santos vive o capítulo mais decisivo de sua história fora de campo. Em meio à luta contra o rebaixamento, o clube virou alvo de uma guerra de lances pela sua futura SAF, que está avaliada em impressionantes R$ 2,2 bilhões. Na mesa de negociação, três gigantes surgem como potenciais compradores: Nasser Al-Khelaifi (dono do PSG), a BlueCo (controladora do Chelsea) e a NR Sports, empresa ligada à família Neymar.
A movimentação, estruturada pela XP Investimentos, é um divisor de águas: a venda da SAF é vista como a única saída para equacionar a dívida total, que hoje se aproxima de R$ 1 bilhão.
O Ataque do QSI (PSG): O Maior Negócio da História?
A informação mais quente aponta para o interesse do fundo qatari QSI, liderado por Al-Khelaifi. O fundo, que transformou o PSG em uma potência global, estuda a aquisição de 90% das ações da futura SAF.
- O Racional: O QSI busca entrar no mercado brasileiro, e o Santos oferece uma marca globalmente reconhecida (Pelé e Neymar), um histórico de base e um potencial de expansão imenso.
- O Impacto: Se o negócio for concretizado, a transação, girando em torno da avaliação de R$ 2,2 bilhões, seria o maior negócio da história do clube.
A Concorrência no Santos: Chelsea vs. Neymar Pai

Al-Khelaifi não está sozinho. A disputa se acirra com dois outros players:
- BlueCo (Chelsea): O grupo americano vê o Santos como um “hub” de talentos para sua rede multi-clubes, seguindo o modelo do City Group (que comprou o Bahia).
- NR Sports (Família Neymar): A empresa, que recentemente adquiriu a marca Pelé, representa a “via emocional”. Neymar Pai tem se envolvido na política do clube, criticando a gestão associativa e alimentando a especulação de que ele poderia liderar um consórcio para comprar a SAF e unir a tríade Pelé–Neymar–Santos.
O Grande Obstáculo: A Votação dos Sócios
Apesar dos nomes de peso rondando a Vila, o Santos não pode ser vendido amanhã. O clube ainda precisa:
- Mudar o Estatuto: O estatuto atual impede a venda de participação majoritária.
- Aprovação dos Sócios: Qualquer mudança depende de uma votação dos conselheiros e, em seguida, da Assembleia Geral dos sócios.
Essa aprovação interna é o maior risco político da operação, e definirá qual dos três gigantes será o futuro dono do Peixe.
Análise: Mais que Venda, um Teste de Modelo no Santos
O que está em jogo é o destino do Santos nos próximos 30 anos. A cifra de R$ 2,2 bilhões não cairá inteira no caixa; a maior parte será usada para sanear a dívida de R$ 1 bilhão e investir em estrutura.
Se a SAF for aprovada, a diretoria terá a missão de escolher quem apresenta o melhor projeto de gestão, e não apenas o maior cheque. A decisão final recairá sobre o que a torcida valoriza mais: o poder ilimitado do dinheiro qatari, a estrutura global do Chelsea, ou a identidade histórica e o apelo comercial de ter o próprio Neymar como futuro proprietário.