O dilema de Neymar no Santos é um espelho do momento do clube. Enquanto o craque recebe consultas informais de grandes equipes europeias para 2026, seu discurso interno é inegociável: qualquer conversa sobre o futuro fica para depois da reta final do Brasileirão. A prioridade é garantir os pontos que tirem o Peixe de vez da briga contra o rebaixamento.
O craque de 33 anos vive uma fase de readequação no mercado: ele ainda é o jogador mais valioso do elenco, avaliado em € 11 milhões, mas está com contrato curto (até dezembro de 2025) e precisa de uma resolução rápida para 2026.
A Queda de Preço e o Poder de Negociação no Santos
Aos 33 anos, o valor de mercado de Neymar caiu drasticamente, saindo dos € 180 milhões de 2018 para os atuais € 11 milhões (cerca de R$ 68 milhões). Essa queda, embora simbólica, tem um efeito prático: o Santos não tem mais um “cheque em branco” em mãos.
Isso, ironicamente, abre espaço para negociações criativas com a Europa, que vê em Neymar uma oportunidade de curto prazo e baixo risco de transferência (já que ele pode assinar pré-contrato em breve). A ausência de uma taxa de transferência alta é o que permite que clubes de grande porte voltem a sondá-lo.
O Foco inadiável: Rebaixamento em 33,2%
O discurso de “foco total” não é retórico. Levantamentos estatísticos, como o da UFMG, apontam que o Santos ainda tem 33,2% de chance de rebaixamento e que o clube só se sentirá seguro a partir dos 44 ou 45 pontos.

Um movimento público de Neymar para negociar com o Velho Continente agora criaria um enorme desgaste com a torcida e o vestiário, arruinando a narrativa de “reconciliação” construída em 2025. Para o jogador, liderar o time em uma fuga bem-sucedida da queda é uma dívida de imagem que vale mais do que qualquer grande contrato europeu.
Cenários para 2026: A Influência do Santos para Neymar
Com o contrato se encerrando, três cenários estão em jogo:
- Renovação com o Santos: Depende de um projeto esportivo forte em 2026 e da permanência na Série A.
- Pré-contrato com Europa: Clubes europeus podem levá-lo de graça, oferecendo altos salários.
- Mercados Emergentes: MLS, Arábia Saudita e Ásia oferecem salários astronômicos, mas com menos apelo esportivo.
A queda para a Série B mudaria tudo. O custo financeiro e a imagem esportiva tornariam a permanência no Brasil quase improvável, abrindo uma corrida de gigantes para convencê-lo a sair imediatamente. Por isso, a luta na tabela define o poder do Santos sobre o futuro de seu ídolo.