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Santos: O “abacaxi” milionário de R$ 26,5 milhões que Vojvoda terá que “descascar”

O departamento de futebol do Santos tem um “abacaxi” milionário e inesperado para “descascar” em janeiro de 2026. O clube rejeitou um novo pedido do Atlético Nacional (Colômbia) para prorrogar o empréstimo do centroavante Alfredo Morelos. Simultaneamente, o clube colombiano informou que não irá exercer a opção de compra fixada no contrato, estipulada em US$ 5 milhões (cerca de R$ 26,5 milhões).

O resultado prático é que Morelos, de 29 anos, que estava fora dos planos imediatos, retornará ao CT Rei Pelé na pré-temporada. Caberá ao técnico Juan Pablo Vojvoda, recém-garantido no cargo, avaliar e decidir o futuro do atacante.

O Histórico: A Recusa que “Força” o Retorno ao Santos

Morelos foi reemprestado ao Atlético Nacional no início de 2025, em um movimento da diretoria santista para aliviar a folha salarial e valorizar o ativo. O clube colombiano, satisfeito com o desempenho, tentou uma nova extensão do empréstimo para 2026.

Foi aí que o Santos “bateu o pé”. A diretoria recusou o novo empréstimo, apostando que o Atlético Nacional seria “forçado” a exercer a cláusula de compra de US$ 5 milhões. A estratégia falhou. O clube colombiano considerou o valor muito alto e preferiu abrir mão do jogador, criando o impasse atual.

O Dilema de Vojvoda e o Contrato Curto

A volta de Morelos cria um problema tático e financeiro. O técnico Juan Pablo Vojvoda, que já tem um elenco enxuto e viu a compra de Barreal ser efetivada, terá que avaliar se o perfil de Morelos (um “9” de força e presença de área) se encaixa em seu modelo de jogo de alta pressão para 2026.

Mas o maior problema é o timing. O contrato de Morelos com o Santos é válido apenas até 31 de dezembro de 2026.

Raul Baretta/Santos FC

Isso significa que, ao retornar em janeiro, ele terá apenas um ano de contrato restante. O Santos fica em uma posição de enorme desvantagem no mercado. Se o clube não conseguir vendê-lo na primeira janela (janeiro a março), o jogador poderá assinar um pré-contrato de graça com qualquer outro time a partir de julho de 2026.

Os Cenários para 2026: Reintegrar ou Vender Barato?

A diretoria e Vojvoda têm três caminhos, todos complexos:

  1. Reintegração (Aposta de Risco): Vojvoda aprova o jogador, Morelos é reintegrado e joga o Campeonato Paulista. O Santos aposta que ele terá boas atuações para gerar uma venda na janela do meio do ano (julho), antes que ele possa sair de graça. É um risco esportivo e financeiro.
  2. Venda Imediata (Aceitar o Prejuízo): O clube “esquece” os US$ 5 milhões da cláusula e aceita negociar o jogador por um valor muito inferior em janeiro, apenas para fazer algum caixa e não perdê-lo de graça.
  3. Novo Empréstimo (A “Derrota” Estratégica): Se não aparecerem compradores, o clube pode ser forçado a aceitar um novo empréstimo (para o próprio Atlético Nacional ou outro time), apenas para economizar os salários até o fim do contrato.

Análise: A Pressão está na Mão do Santos

A “batida de pé” do Santos em não aceitar um novo empréstimo foi uma aposta alta que não deu certo. O clube esperava R$ 26,5 milhões no caixa, mas acabou com um jogador caro e em último ano de contrato retornando.

Agora, a pressão está toda sobre a comissão técnica. Vojvoda terá poucas semanas na pré-temporada para avaliar se Morelos pode ser uma solução técnica imediata ou se a diretoria deve aceitar a primeira oferta que aparecer, minimizando o prejuízo de um ativo que, em 2024, foi contratado com status de estrela.

Marcos Amaral
Marcos Amaral
Jornalista formado pela Estácio de Sá, cobre futebol por paixão e profissão. Jogador amador, é especialista na cobertura do Flamengo, Palmeiras, Cruzeiro, Atlético, Grêmio e Corinthians. Há mais de anos acompanha de perto o futebol nacional.