O futuro do Santos Futebol Clube pode estar sendo desenhado em Londres. Em um movimento que pode redefinir a história do clube, a diretoria do Peixe já teve ao menos duas reuniões com representantes ligados à BlueCo, o poderoso conglomerado norte-americano que é dono do Chelsea, para discutir a venda da SAF (Sociedade Anônima do Futebol).
A articulação, que conta com a participação de Neymar Pai como uma “ponte” para grandes investidores, é o passo mais concreto já dado pelo clube rumo à transformação em clube-empresa.
Apesar do avanço nas conversas, a negociação ainda está em estágio exploratório e esbarra em uma grande “muralha” interna: o estatuto do próprio Santos.
- O Chelsea vai comprar o Santos? O grupo dono do Chelsea, BlueCo, teve duas reuniões exploratórias com o Santos para discutir a compra da SAF. A informação é de Jorge Nicola. No entanto, ainda não há proposta oficial, e a venda depende de uma mudança no estatuto do clube, que hoje limita a venda a 49% do futebol.
O Protagonista dos Bastidores: O Papel de Neymar Pai
Diferente do que se especula, Neymar Pai não entra na jogada como um possível comprador, mas como um articulador estratégico de peso. Sua missão, abraçada publicamente, é usar sua vasta rede de contatos no mercado global para atrair investidores sérios e afastar “aventureiros”.
Ele mesmo já deu o recado: “ninguém vai rasgar dinheiro”. Sua presença na linha de frente dá credibilidade ao projeto e abre portas para fundos de investimento que, de outra forma, talvez não olhassem para o clube.
O Muro a ser Derrubado: A Batalha pelo Estatuto
Para que a SAF saia do papel, no entanto, o Santos precisa primeiro vencer uma batalha interna. A regra atual no estatuto do clube limita a venda do futebol a apenas 49%, o que afasta grandes investidores como a BlueCo, que buscam o controle majoritário para implementar seus projetos de gestão.
Reconhecendo isso, o Conselho Deliberativo já iniciou as discussões para flexibilizar esse teto. A aprovação dessa mudança é o passo mais crucial e indispensável. Sem ela, não há negócio de grande porte. A ideia é permitir a venda de mais de 50% do futebol, mas blindando o patrimônio do clube social, como a Vila Belmiro e outras propriedades.
A Arquitetura de um Novo Futuro
As conversas com o grupo dono do Chelsea são o sinal mais claro do imenso potencial da marca Santos no mercado global. No entanto, o caminho para um acordo é longo e complexo. O clube precisa primeiro vencer uma guerra política interna — convencendo seus sócios a modernizar o estatuto — para depois poder vencer a negociação na mesa com os investidores.
A presença de Neymar Pai e o interesse da BlueCo são catalisadores poderosos, mas a decisão final sobre abrir as portas para uma nova era de investimentos e gestão profissional repousa, unicamente, nas mãos do corpo social do Santos.

