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Palmeiras, Piquerez e a “mina de ouro” de R$ 94 milhões: o contrato ‘impossível’

Ele não tem o “hype” dos atacantes da base, mas Joaquín Piquerez é, silenciosamente, um dos ativos mais valiosos e estratégicos de todo o elenco do Palmeiras. Aos 27 anos, o uruguaio é titular absoluto, multicampeão, figura constante na seleção e um símbolo da gestão de Abel Ferreira. E os números financeiros que o cercam mostram por que ele é tratado pela diretoria como uma verdadeira “mina de ouro”, blindada contra o assédio europeu.

O “Preço de Etiqueta” de Piquerez: € 15 Milhões (e Subindo)

O Palmeiras não está mais no mercado para “liquidar” jogadores. Piquerez é a prova disso. Seu valor de mercado atual, segundo o Transfermarkt, está consolidado em € 15 milhões (cerca de R$ 94 milhões na cotação atual), colocando-o entre os defensores mais caros de todo o continente.

Mas para a diretoria alviverde, esse número é considerado “defasado” e serve apenas como “piso”. Nos bastidores, após sondagens recentes da Juventus (Itália), o clube já sinalizou que uma negociação real só começa a partir de € 20 milhões (R$ 125 milhões).

O “Salário Inteligente” no Palmeiras: Pilar que Não “Quebra” o Caixa

O que torna Piquerez um “ativo perfeito” para o Palmeiras é a combinação de seu alto valor de mercado com um custo de manutenção controlado. Ao contrário de estrelas ofensivas que chegam a ganhar R$ 2 milhões, o salário do uruguaio, embora de alto padrão, está em uma prateleira mais baixa.

Foto: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

Estimativas de mercado (não oficiais) colocam seus vencimentos na faixa de R$ 300 mil a R$ 320 mil por mês (antes da última renovação). Mesmo com a valorização recente, ele entrega um desempenho “premium” sem ter o maior salário do elenco, gerando um custo-benefício espetacular.

A “Jogada de Mestre” de Leila: A Blindagem até 2030

O Palmeiras pagou “barato” por Piquerez em 2021 (cerca de US$ 3,8 milhões) e viu o jogador explodir. Ciente do assédio iminente da Juventus e de outros clubes europeus em julho deste ano, Leila Pereira agiu rápido e deu a “canetada” que travou o mercado: renovou o contrato do lateral até 31 de dezembro de 2030.

Essa renovação foi a jogada de mestre. Ela eliminou qualquer risco de o jogador assinar um pré-contrato (o vínculo antigo ia até 2026) e deu ao Palmeiras o controle absoluto da negociação. O clube não tem nenhuma pressa para vender.

O Lateral-Armador: Por que Ele Vale Tanto?

Piquerez não é um lateral comum. No esquema de Abel, ele é um “lateral-armador”. Com 1,84m, ele é forte na defesa, mas sua principal contribuição é na construção. Ele frequentemente deixa o corredor e joga por dentro, como um meia, ajudando a organizar a saída de bola e liberando os pontas. Sua capacidade de finalização de média distância e o volume de passes para gol o tornam uma peça tática rara.

Análise: O Ativo Perfeito da “Era Abel”

Piquerez é o “case” perfeito da gestão do Palmeiras: comprou barato (R$ 19 milhões), desenvolveu em um ambiente vitorioso (ganhou 8 títulos principais, incluindo a Libertadores de 2021), blindou com um contrato longuíssimo e agora define o preço que quer ao mercado.

O recado para a Juventus e outros interessados em 2026 é claro: o Palmeiras não precisa vender. Quem quiser tirar o uruguaio do Allianz Parque terá que pagar o preço de um dos melhores laterais do continente, em seu auge, e esse preço começa em R$ 125 milhões.

Naiara Souza
Naiara Souza
Jornalista formada há quase dez anos pela Universidade Estácio de Sá, cobre o futebol há mais de cinco anos, focada em Cruzeiro, Atlético, Palmeiras e Flamengo, e também as notícias mais importantes sobre Belo Horizonte e Minas Gerais.