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Palmeiras já sabe o que fazer com R$ 300 milhões de Vitor Roque

A temporada espetacular de Vitor Roque no Palmeiras pode culminar na maior venda da história do futebol brasileiro. Rumores que ganharam força na Europa, iniciados pelo portal Fichajes, indicam que o Manchester United estuda preparar uma oferta de € 50 milhões (cerca de R$ 311 milhões). A diretoria alviverde, por ora, não confirma a proposta, mas o “price tag” do jogador foi definido.

Se o negócio se concretizar por R$ 300 milhões, a pergunta que o torcedor faz não é apenas “se”, mas “quanto”. Quanto o Palmeiras realmente colocaria no bolso? E, mais importante, quem Abel Ferreira aprovaria para o lugar do “Tigrinho”?

O Lucro Líquido de R$ 73 Milhões no Palmeiras

A engenharia financeira da “Operação Vitor Roque” é complexa. O Palmeiras não é o único dono do passe. Vamos à “conta de guardanapo” de uma hipotética venda de R$ 300 milhões:

  1. O Custo da Operação: Primeiro, o Palmeiras investiu € 25,5 milhões (cerca de R$ 155 milhões na época) para comprar 80% do jogador em fevereiro de 2025.
  2. O Repasse ao Barcelona (20%): O Barcelona manteve 20% dos direitos de uma futura revenda (“sell-on”).
  3. A Taxa da FIFA (5%): Em transferências internacionais, 5% do valor total (R$ 15 milhões) são retidos pelo clube comprador para pagar os clubes formadores (Mecanismo de Solidariedade).

Quanto entra no caixa do Palmeiras?

  • Valor Bruto da Venda: R$ 300 milhões
  • Valor Líquido (após 5% FIFA): R$ 285 milhões
  • Fatia do Palmeiras (80% de R$ 285M): R$ 228 milhões
  • Fatia do Barcelona (20% de R$ 285M): R$ 57 milhões

Qual o Lucro Real da Operação?

  • Caixa Líquido: R$ 228 milhões
  • Custo de Compra: R$ 155 milhões
  • Lucro Líquido (em menos de 1 ano): R$ 73 milhões

Financeiramente, a gestão de Leila Pereira faria um “case” de sucesso absurdo: um lucro de R$ 73 milhões em menos de 12 meses.

O Desafio Tático: Quem Chega para o Lugar de Roque?

Foto: Flickr Palmeiras

O problema é que a venda em janeiro de 2026, no meio da janela europeia (que fecha em 2 de fevereiro), seria um desastre tático. Abel Ferreira perderia seu principal atacante na pré-temporada. Por isso, a diretoria só aceitaria um negócio dessa magnitude se já tivesse um “Plano B” engatilhado.

Com um caixa de R$ 228 milhões para reinvestir, o Palmeiras se torna o “tubarão” do mercado. A lista de reposição de Abel e Leila não buscaria apostas, mas sim certezas.

Estes são os 3 caminhos mais prováveis:

1. A Solução Interna: Flaco López + Um Ponta “Nível A” O cenário mais provável. Em vez de buscar outro 9, Abel efetivaria Flaco López como titular absoluto – o argentino já provou seu valor e vive grande fase. O Palmeiras, então, usaria a bolada (R$ 228 milhões) para contratar um ponta “Nível A” (um novo Paulinho ou Facundo Torres), reforçando o elenco em outra posição carente, em vez de sobrepor a camisa 9.

2. O Alvo Europeu: Taty Castellanos (Lazio) Se a opção for por um 9 pronto, Taty Castellanos é o nome que se encaixa no perfil. O argentino da Lazio, que já foi especulado no Flamengo, é um atacante móvel, intenso na pressão e com experiência europeia – características que Abel adora.

  • Custo Estimado: € 18 a € 22 milhões (R$ 112 a R$ 138 milhões).
  • Viabilidade: O Palmeiras teria o dinheiro vivo para pagar a taxa de transferência que o Flamengo não teve, superando a concorrência.

3. O “Sonho Distante”: Marcos Leonardo (Al-Hilal) Este é o movimento mais ousado. Marcos Leonardo, ex-Santos, é um desejo antigo de clubes brasileiros, mas seu salário na Arábia Saudita é considerado “impossível”. No entanto, o Palmeiras, capitalizado com R$ 228 milhões e com a vaga de Roque aberta, seria o único clube no Brasil com “bala na agulha” para tentar uma operação complexa.

  • Modelo: Empréstimo de 18 meses com divisão salarial (com o Al-Hilal pagando parte) e obrigação de compra.
  • Viabilidade: Baixa, mas não nula. Seria uma demonstração de força total da gestão de Leila Pereira no mercado.

Análise: A Estratégia de Vender Caro

Foto: Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

A oferta de R$ 300 milhões do Manchester United, se confirmada, coloca o Palmeiras em uma posição de luxo. A diretoria não tem pressa, pois o contrato de Roque vai até 2029. O cenário mais provável é que o clube “estique a corda”, recuse uma oferta em janeiro e aposte em uma valorização ainda maior na janela do verão europeu (julho de 2026), após a disputa da Libertadores e com mais tempo para planejar a reposição.

Porém, se o United realmente colocar R$ 300 milhões (ou € 50 milhões) na mesa agora, a “caneta” de Leila Pereira terá que pesar a glória esportiva imediata contra um lucro financeiro que entraria para a história do futebol brasileiro.

Naiara Souza
Naiara Souza
Jornalista formada há quase dez anos pela Universidade Estácio de Sá, cobre o futebol há mais de cinco anos, focada em Cruzeiro, Atlético, Palmeiras e Flamengo, e também as notícias mais importantes sobre Belo Horizonte e Minas Gerais.