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O triunfo que selou uma ‘trégua’ entre Abel Ferreira e a torcida do Palmeiras

A vitória do Palmeiras por 4 a 0 sobre o Universitario, no Allianz Parque, valeu muito mais do que apenas uma folga no jogo de volta da Libertadores. O triunfo funcionou como um necessário sopro de ar fresco em um ambiente que começava a ficar pesado, selando uma “trégua” crucial entre o técnico Abel Ferreira e uma parcela da torcida que vinha demonstrando insatisfação.

Nas últimas semanas, o comandante português enfrentou um cenário incomum: vaias, protestos e críticas sobre o “futebol previsível” da equipe. A vitória de ontem não apaga as cobranças, mas, fundamentalmente, muda o tom da conversa.

A Resposta em Campo: Um Time Mais Agressivo

Se a reclamação era de um time reativo, a resposta veio dentro das quatro linhas. Contra o Universitario, o Palmeiras apresentou um comportamento mais agressivo e propositivo. Com as linhas mais altas, maior aproximação entre os jogadores de ataque e uma movimentação intensa, o time criou um volume ofensivo que vinha faltando em jogos anteriores.

O resultado foi um futebol mais fluido, que permitiu o brilho de seus protagonistas. Raphael Veiga voltou a ser participativo, Endrick foi incisivo e a equipe como um todo demonstrou a entrega que a torcida tanto cobra.

A Resposta no Microfone: Um Abel Mais Ponderado

Abel Ferreira, conhecido por suas coletivas fortes e por não fugir do confronto, também entendeu o momento. Após o jogo, seu discurso foi notavelmente mais calmo e ponderado, sem as provocações ou frases de efeito recentes. Foi um sinal claro de que o próprio treinador entendeu a necessidade de “baixar a temperatura” e reconstruir a sintonia com as arquibancadas.

O Desafio Agora é a Constância

A vitória deu a Abel tempo, moral e a chance de reconectar-se com a torcida. Foi um passo importante para acalmar os ânimos. No entanto, vitórias isoladas apenas aliviam a pressão; somente a regularidade devolve a estabilidade. O grande desafio do Palmeiras agora é transformar a excelente atuação de ontem em um novo padrão.

O jogo mostrou que as soluções estão dentro do elenco, mas a consolidação da paz dependerá menos do Abel estrategista e mais do Abel gestor de pessoas e de ambiente — algo que, no momento, se prova ainda mais decisivo.

Marcos Amaral
Marcos Amaral
Jornalista formado pela Estácio de Sá, cobre futebol por paixão e profissão. Jogador amador, é especialista na cobertura do Flamengo, Palmeiras, Cruzeiro, Atlético, Grêmio e Corinthians. Há mais de anos acompanha de perto o futebol nacional.