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Grêmio: “Exigência de R$ 46 milhões”; Panathinaikos trava volta de Tetê por valor de compra

O Grêmio avançou significativamente para repatriar o atacante Tetê em 2026, chegando a um acordo verbal com o jogador sobre as bases salariais. No entanto, a negociação esbarrou em um obstáculo financeiro rígido: o “jogo duro” do Panathinaikos. O clube grego não aceita emprestar o atleta e trabalha com a lógica de recuperar integralmente o investimento feito em 2024.

A diretoria do Panathinaikos fixou a pedida em € 7 milhões (cerca de R$ 45,9 milhões na cotação atual). Esse foi exatamente o valor pago pelos gregos ao Galatasaray para contratar o brasileiro. Com contrato válido até 30 de junho de 2028, o clube europeu sente-se confortável para recusar investidas que não garantam o retorno financeiro imediato ou, no mínimo, obrigatório.

As Ofertas Recusadas do Grêmio

A estratégia do Tricolor Gaúcho foi tentar convencer os gregos através de modelos criativos, mas sem sucesso até o momento.

  • Primeira Tentativa: O Grêmio ofereceu um empréstimo oneroso de € 1,5 milhão com opção de compra fixada entre € 3,5 milhões e € 4 milhões. Foi rejeitada.
  • Segunda Tentativa: O clube subiu o tom e propôs um empréstimo com obrigação de compra que poderia chegar a um pacote total de € 5 milhões. Ainda assim, o Panathinaikos considerou insuficiente.

A postura em Atenas é clara: ou venda definitiva pelo valor cheio (€ 7 milhões), ou uma operação que garanta 100% desse montante no curto prazo.

O Fator Luís Castro e a Necessidade de Pontas

Foto: Reprodução

A insistência do Grêmio em Tetê não é apenas emocional por ser uma “cria da base”. Há uma leitura técnica e de mercado envolvida. O clube busca reposição para as saídas iminentes de jogadores de lado de campo e vê em Tetê um nome pronto, com rodagem europeia e capacidade de desequilíbrio.

Além disso, o técnico Luís Castro é um trunfo na manga. O treinador português já trabalhou com o atacante no Shakhtar Donetsk e aprova o nome para o seu projeto de 2026, o que reforça o desejo do atleta de voltar a trabalhar com o comandante na Arena.

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O caso Tetê virou uma novela porque é o clássico choque de realidades de mercado: o Grêmio quer montar um time competitivo usando engenharia financeira (parcelas, gatilhos, empréstimos), enquanto o Panathinaikos quer simplesmente não ter prejuízo contábil depois de pagar caro há pouco tempo.

Se o jogador seguir pressionando e o clube grego sentir que o salário pesa mais do que a performance técnica, a porta pode abrir — mas tende a abrir do jeito deles: venda definitiva ou um empréstimo com obrigação de compra “blindada” no valor de face. Para o Grêmio, a pergunta de R$ 46 milhões é simples: vale transformar Tetê no maior investimento de 2026 ou é melhor pivotar para um ponta de custo menor e usar o dinheiro para atacar outras carências do elenco?

Marcos Amaral
Marcos Amaral
Jornalista formado pela Estácio de Sá, cobre futebol por paixão e profissão. Jogador amador, é especialista na cobertura do Flamengo, Palmeiras, Cruzeiro, Atlético, Grêmio e Corinthians. Há mais de anos acompanha de perto o futebol nacional.