A relação comercial entre Botafogo e Grêmio tornou-se um dos pontos centrais do mercado da bola nesta janela. O clube carioca possui pendências financeiras com o Tricolor Gaúcho que, somadas, ultrapassam a casa dos R$ 56 milhões. Esse montante, referente às negociações de Nathan Fernandes e Cuiabano, passou a ser tratado internamente em Porto Alegre como um “crédito” estratégico para tentar viabilizar reforços.
A estratégia gremista era clara: usar o abatimento (ou perdão) dessa dívida milionária para convencer John Textor a liberar o atacante Jefferson Savarino sem a necessidade de um desembolso imediato de caixa. No entanto, a engenharia financeira esbarrou na resistência esportiva do Alvinegro.
A Origem da Dívida do Botafogo: Nathan e Cuiabano
Para entender o tamanho do buraco, é preciso dividir a conta em duas partes principais, conforme apurações do ge e Bolavip:
- Nathan Fernandes (O Grosso da Dívida): A compra do jovem atacante foi estruturada em um pacote que pode chegar a US$ 10 milhões (cerca de R$ 57,3 milhões na cotação da época). O presidente do Grêmio, Alberto Guerra, já confirmou publicamente que existe pelo menos uma parcela em atraso referente a este negócio.
- Cuiabano (O Lucro Extra): Quando vendeu o lateral ao Botafogo, o Grêmio manteve 20% da “mais-valia” (o lucro sobre uma venda futura). Com a transferência de Cuiabano para o Nottingham Forest, o Tricolor garantiu o direito a receber cerca de R$ 6 milhões.
A Cartada Frustrada por Savarino no Grêmio
Com o caixa apertado e precisando de reforços de peso, o Grêmio colocou na mesa a possibilidade de perdoar esses débitos em troca de Savarino. A ideia era resolver dois problemas de uma vez: limpar o passivo do Botafogo e reforçar o ataque gremista.

Porém, nesta terça-feira (23), o cenário esfriou. Veículos ligados ao dia a dia do Botafogo, como o Fogo na Rede, informam que o Grêmio desistiu da investida. O motivo é duplo:
- O Botafogo endureceu: O clube carioca prefere renegociar a dívida em outros moldes a perder um titular absoluto e peça-chave do time.
- O Jogador: A possibilidade de mudança para o Sul também não teria empolgado Savarino, que está adaptado ao Rio de Janeiro.
Bastidor: Dívida vs. Ativo Esportivo
O Botafogo vive um momento de pressão financeira, com obrigações de curto prazo a cumprir. Mesmo assim, a diretoria da SAF entende que entregar ativos esportivos valiosos para pagar contas passadas é um sinal de fraqueza que desvaloriza o projeto. A tendência é que o clube busque alongar os prazos ou quitar as pendências de Nathan e Cuiabano com receitas operacionais, mantendo o venezuelano no elenco para 2026.