A novela envolvendo o futuro de Cristian “Kike” Olivera sofreu uma reviravolta radical nas últimas horas e terminou com um desfecho financeiro positivo para o Grêmio. O que parecia ser um retorno certo ao futebol uruguaio transformou-se em uma permanência no Brasil: o atacante está encaminhado ao Bahia por empréstimo até o fim de 2026. A operação garante ao Tricolor gaúcho uma receita imediata de US$ 400 mil (cerca de R$ 2,2 milhões) apenas pela taxa de cessão do atleta.
O acordo, costurado às pressas após a desistência do Nacional-URU, protege o investimento gremista a longo prazo. Conforme apurado pela imprensa do Sul, o contrato com o Esquadrão de Aço prevê uma opção de compra fixada em US$ 4 milhões (aproximadamente R$ 22 milhões). Se o jogador performar em Salvador, o Grêmio recupera quase todo o capital investido em sua contratação.
A Reviravolta no Grêmio: Do Uruguai para Salvador
Até o início desta semana, o cenário mais provável era a volta de Kike ao Nacional. O próprio jogador havia manifestado publicamente o desejo de atuar no clube do coração, chegando a viajar para o Uruguai à espera do acerto. No entanto, a negociação travou nos números.
O Grêmio recusou a oferta do Nacional, considerada muito baixa (cerca de 150 mil euros pelo empréstimo), e manteve a exigência financeira. Quando os uruguaios recuaram, o Bahia entrou com força, aceitando pagar a taxa exigida e superando também sondagens de Cruzeiro e São Paulo, que monitoravam a situação.
A Engenharia do Negócio
O modelo fechado com o Bahia funciona como uma gestão de danos e ativos para o Grêmio. O clube transforma um problema técnico e disciplinar em dinheiro vivo.
- Ganho Imediato: O Grêmio recebe R$ 2,2 milhões à vista, valor superior ao que qualquer outro interessado ofereceu.
- Recuperação Futura: Se o Bahia exercer a compra de R$ 22 milhões em 2026, o Grêmio praticamente “empata” o investimento inicial de US$ 4,5 milhões feito para tirá-lo do Los Angeles FC.
- Vitrine: O Bahia disputará a Libertadores, mantendo o ativo valorizado em competições de alto nível.
Por que o Grêmio liberou (e o Bahia quis)
A saída de Olivera não se deve apenas ao mercado. Sua passagem por Porto Alegre foi marcada por instabilidade: foram 37 jogos, apenas cinco gols e episódios de indisciplina que desgastaram a relação interna. Para o Grêmio, liberar o jogador era uma questão de ambiente e folha salarial. Ele mesmo disse que estava triste por jogar bem menos do que esperava.
Para o Bahia, a aposta é no potencial técnico. Classificado para a Libertadores, o time de Rogério Ceni precisa de profundidade de elenco e velocidade pelas pontas. O Grupo City entende que, em um novo ambiente, o uruguaio pode render o futebol que o levou à seleção de seu país.
