O Cruzeiro definiu a zaga como prioridade absoluta para 2026 e elegeu Vitão, do Internacional, como o nome ideal de “chegada para jogar”. Com o aval direto do técnico Tite, a Raposa vê no defensor o parceiro perfeito para Fabrício Bruno. No entanto, a operação esbarra em uma etiqueta de preço salgada: o Colorado pede € 10 milhões (cerca de R$ 62 milhões) por 80% dos direitos econômicos.
Para a diretoria celeste, esse valor está acima do que o mercado brasileiro costuma pagar por um atleta que entra no seu último ano de contrato. Diante disso, o Cruzeiro aposta em uma estratégia de paciência contra o Flamengo, seu principal concorrente na disputa, utilizando o “relógio” a seu favor.
A Estratégia do “Relógio”: O Trunfo do Cruzeiro
O maior aliado do Cruzeiro é o calendário. Vitão tem vínculo com o Inter apenas até dezembro de 2026. O staff do atleta já sinalizou que não pretende renovar, o que cria um cenário de pressão para o clube gaúcho:
- O Risco: A partir de julho de 2026, Vitão poderá assinar um pré-contrato e sair de graça.
- A Tática: O Cruzeiro espera que, conforme as semanas passem, o Inter seja forçado a baixar a pedida de R$ 62 milhões para não perder o ativo sem retorno financeiro.
Flamengo Trava na “Dívida de Thiago Maia”
Enquanto o Cruzeiro joga com o tempo, o Flamengo tentou resolver com engenharia financeira, mas encontrou uma porta fechada. O Rubro-Negro tentou incluir o perdão da dívida referente à venda de Thiago Maia como parte do pagamento por Vitão.

- A Proposta Recusada: O Flamengo ofereceu um pacote total de € 8,7 milhões (sendo € 4,7 milhões em perdão de dívida + € 4 milhões em dinheiro).
- A Resposta do Inter: O Colorado recusou. O clube gaúcho quer “dinheiro novo” e não aceita misturar o passivo de Thiago Maia na negociação do zagueiro.
- O Litígio: A disputa foi parar na CNRD da CBF, com divergências sobre o valor exato da dívida, o que azedou o clima entre as diretorias.
Inter Prefere o Modelo do Cruzeiro
Segundo apuração do ge, o Cruzeiro “levou a melhor e encaminhou a contratação” em determinado momento justamente porque o Inter preferiu o modelo de negócio proposto pelos mineiros.
Ao contrário do Flamengo, a Raposa não tenta abater dívidas antigas. A discussão com o Cruzeiro gira em torno de valores e formas de pagamento, o que agrada mais à diretoria colorada, que precisa de fluxo de caixa imediato.
Análise Moon BH: Matemática vs. Futebol
A disputa por Vitão virou um daqueles casos em que a matemática contratual vale tanto quanto o futebol jogado. O Cruzeiro está certo em tentar vencer no “jogo de paciência”, pois pagar R$ 62 milhões por 80% de um zagueiro que ficará livre em seis meses seria um erro estratégico.
Por outro lado, o Inter também sabe jogar: se já decidiu que não haverá renovação, vai tentar fazer a última grande venda do ciclo Vitão. A preferência do Colorado será por quem pagar sem “truques contábeis”. Se o Flamengo insistir em empurrar a dívida de Thiago Maia, a Raposa ganha terreno livre. Mas se o Rubro-Negro colocar dinheiro novo na mesa — ou se um europeu aparecer —, a estratégia de “esperar o preço cair” pode custar ao Cruzeiro o seu principal alvo para a zaga.