A euforia pela classificação à final da Copa Intercontinental deu lugar a uma grande interrogação na preparação do Flamengo. Após a vitória por 2 a 0 sobre o Pyramids na semifinal, o foco total se voltou para a condição física de Pedro. O centroavante, que ficou afastado dos gramados por 52 dias devido a uma fratura no braço seguida de lesão muscular, atuou por menos de dez minutos no duelo em Doha.
Embora tenha mostrado serviço no pouco tempo em campo, a presença do camisa 9 entre os titulares para a decisão contra o PSG, na próxima quarta-feira (17), foi colocada em xeque pelo próprio técnico Filipe Luís.
Em entrevista coletiva após a partida, o treinador do Flamengo adotou um tom de extrema cautela, evitando confirmar o retorno definitivo do artilheiro ao time principal. Apesar de elogiar a capacidade técnica de Pedro, chamando-o de “jogador diferente” e ressaltando que ele gera perigo imediato quando toca na bola, Filipe deixou claro que a falta de ritmo de jogo é um fator preponderante para enfrentar uma equipe da intensidade do Paris Saint-Germain.
A estratégia da comissão técnica é avaliar a resposta fisiológica do atleta nos treinos restantes no Catar antes de bater o martelo.
Flamengo prega cautela e esconde o jogo
Para o Flamengo, a decisão sobre Pedro vai além da questão médica; é tática. Filipe Luís sabe que enfrentar o PSG exige o que ele mesmo chamou de “jogo perfeito”. Ter um centroavante de referência ajuda a segurar a bola e aliviar a pressão, mas a dúvida reside na capacidade do camisa 9 de suportar a intensidade física de uma final mundial após quase dois meses parado.
O treinador afirmou categoricamente que a escalação só será definida — ou divulgada — “uma hora e meia antes do jogo”, mantendo o mistério e possivelmente tentando confundir a preparação do adversário francês.

A gestão do elenco nesta temporada vitoriosa, que já acumula taças do Carioca, Supercopa, Brasileirão e Libertadores, tem sido marcada pela prudência.
O Flamengo entende que acelerar o processo pode resultar em uma nova lesão ou em um desempenho abaixo do esperado em um jogo onde erros não são perdoados. Por isso, a utilização de Pedro na semifinal foi vista como um “degrau” de adaptação, e não necessariamente como um passaporte carimbado para a titularidade na quarta-feira.
Pedro diz estar pronto e quer a final
Se a comissão técnica pisa no freio, Pedro acelera. O jogador viveu uma verdadeira maratona para estar disponível no Catar. A previsão inicial de recuperação era de seis semanas, mas o atacante intensificou os trabalhos no Ninho do Urubu e conseguiu ficar apto em três semanas e meia.
Em declarações após a semifinal, ele comemorou o retorno antecipado e garantiu estar “apto e disponível” para começar jogando a decisão, demonstrando confiança em sua recuperação física e técnica.

Nos poucos minutos que teve contra o Pyramids, Pedro deu uma amostra do que pode oferecer: finalizou duas vezes com perigo e protagonizou uma arrancada individual que levantou a torcida no estádio Ahmad bin Ali.
Para ele, a final contra o PSG representa a coroação de um ano de superação. No entanto, a vontade do jogador terá que se alinhar à estratégia de Filipe Luís. Resta saber se o Flamengo entrará em campo com sua referência máxima desde o início ou se Pedro será uma “arma secreta” de luxo para o segundo tempo.