O mercado da bola esquentou entre Rio de Janeiro e Salvador. O Bahia, respaldado pelo poderio financeiro do Grupo City, abriu conversas oficiais para contratar o atacante Juninho, de 28 anos, atual campeão da Libertadores pelo Flamengo. A negociação, revelada pelo Jogada10, surge como uma solução estratégica para os dois clubes: o Tricolor de Aço busca um camisa 9 de peso para 2026, enquanto o Rubro-Negro tenta se livrar de um investimento alto que não deu o retorno esperado em campo.
A operação gira em torno de cifras pesadas. O Flamengo pagou € 5 milhões (cerca de R$ 31 milhões) ao Qarabag, do Azerbaijão, no início de 2025. Agora, José Boto (diretor de futebol do Fla) colocou o atleta na vitrine e quer recuperar esse valor, aproveitando o interesse dos baianos.
De “Solução” a “Peso”: A Trajetória de Juninho no Flamengo
Juninho chegou à Gávea com a missão de disputar posição com Pedro e substituir Gabigol. No entanto, os números frios mostram que a adaptação não aconteceu como previsto. Em 26 jogos, foram apenas 4 gols (Carioca, Libertadores e Brasileirão).
Apesar de ter entrado na final da Libertadores contra o Palmeiras e participado da campanha do título, o atacante foi “engolido” pela concorrência interna. A ascensão de Gonzalo Plata e a consolidação de Samuel Lino tiraram o espaço do camisa 23, que chegou a ficar fora de listas de relacionados por opção técnica de Filipe Luís.
- O Prejuízo: Com um salário estimado entre R$ 550 mil e R$ 700 mil mensais, Juninho hoje é um reserva de luxo que infla a folha salarial sem entregar a minutagem de um titular.
O Plano do Bahia: Aposta de Rogério Ceni

Do lado do Bahia, a visão é diferente. Rogério Ceni busca um centroavante móvel, capaz de atacar a profundidade e sair da área, características que faltam no elenco atual. O clube vê em Juninho uma “oportunidade de mercado”: um jogador em idade física ideal (28 anos), com experiência internacional e sedento por protagonismo.
A estratégia do Grupo City não é pagar os R$ 31 milhões à vista, o que seria arriscado. O Bahia trabalha com dois cenários para convencer o Flamengo:
- Empréstimo com Obrigação: Um vínculo de um ano, com o Bahia pagando 100% dos salários e uma cláusula de compra obrigatória caso o jogador atinja metas de gols e jogos.
- Compra Parcelada com Desconto: Uma oferta de compra definitiva, mas por um valor abaixo da pedida inicial (talvez na casa de € 3 milhões), com o Flamengo mantendo um percentual de revenda.
Análise: O Negócio que Salva o Planejamento do Flamengo
Para o Flamengo, negociar Juninho com o Bahia é uma questão de inteligência financeira. O clube carioca já recusou propostas de empréstimo da Arábia Saudita no meio do ano esperando uma evolução que não veio. Agora, liberar o jogador significa economizar quase R$ 9 milhões anuais em salários e abrir uma vaga de estrangeiro/ataque para trazer um nome de consenso (como Taty Castellanos).
Para o Bahia, é a chance de adicionar um campeão da América ao elenco, elevando o patamar do time para a disputa da Série A de 2026. Se Ceni recuperar o futebol que Juninho mostrou no Azerbaijão, o investimento se pagará rapidamente.